sábado, 14 de julho de 2012
Os 12 trabalhos de Wesley Djalma
VI – O V Trabalho
Corri meus senhores, corri mais que Aquiles para escapar de uma possível vingança do PM, até que encontrei outra praça e sentei, mas o mundo inteiro conspirava contra mim, pois, assim que sentei senti uma sede terrível, no mesmo instante em que se aproximou de mim um pipoqueiro, não, um vendedor de açaí que falava como aquele lutador de MMA, o Shogun, emendando uma palavra na outra, de modo que eu não entendi nada.
Ele abriu e me passou uma garrafinha com água mineral enquanto falava e eu não entendia porra nenhuma até que eu bebi toda a água e ele me disse em voz inteligível e não com aquele cantar dos tabacudos de Curitiba:
- Escuta aqui meu patrão, essa é fácil. Tá vendo aquela mulher ali distribuindo panfletos?
- Tô...
Eu disse muito reticente.
- Pois é, tu vai ter que fazer ela sorrir, só isso.
- Só isso?
- É, mas é com uma cantada.
Eu então olhei a não tão jovem sindicalista de boné, óculos e buço e disse para o safado ao meu lado:
- Mas ela deve ser mais macho do que eu.
Ele olhou a mulher sorriu e disse se levantando e dando um tapinha no meu ombro.
- É, pode ser, mas dá teus pulos... se não quiser perder as pregas do furico.
Eu então levantei disposto a utilizar a mesma tática, não pensar em nada e cantar a mulher.
Ao me aproximar percebi que ela era do PSTU e pensei em dizer:
- Contra burguês vote 16, contra boquete vote 17.
E me aproximei dela já sorrindo.
Ela então me olhou com a ternura de um pedreiro e disse:
- Vamos à luta companheiro.
Me entregou um panfleto e me deu um tapa nas costas que quase deslocou meu ombro.
Eu permaneci por ali como não quer nada e disse:
- Escuta, como é que eu posso me filiar ao partido de vocês?
Ela achou que eu tava tentando tirar uma onda da cara dela, de modo que pôs as duas mãos na cintura, me encarou firme e disse olho no olho e bigode a bigode:
- O quê que tu que cara?
E eu aproveitando que sou meio preto disse imitando aquela voz encarreirada do Shogun e não sei com que presença de espírito:
- Eu quero trepar, nem que seja pelas cotas, porque uma mulher bonita e branca como você tem que dar para pardos, negros e índios pelo menos em 50% dos casos, dos parceiros, das fodas, quer dizer, você entendeu...?
Ela me olhou então com um olhar impossível e eu pensei que ia perder a cabeça com uma bofetada, mas ela foi se tremendo toda e rinchando e eu não sabia se ela estava tendo um orgasmo, um ataque cardíaco ou rindo, mas era riso mesmo e para sair daquela situação eu disse:
- Tudo bem, se não quer foder não fode, mas não debocha assim.
Ela então riu ainda mais alto e eu dei as costas e fui embora.
Missão cumprida.
Corri meus senhores, corri mais que Aquiles para escapar de uma possível vingança do PM, até que encontrei outra praça e sentei, mas o mundo inteiro conspirava contra mim, pois, assim que sentei senti uma sede terrível, no mesmo instante em que se aproximou de mim um pipoqueiro, não, um vendedor de açaí que falava como aquele lutador de MMA, o Shogun, emendando uma palavra na outra, de modo que eu não entendi nada.
Ele abriu e me passou uma garrafinha com água mineral enquanto falava e eu não entendia porra nenhuma até que eu bebi toda a água e ele me disse em voz inteligível e não com aquele cantar dos tabacudos de Curitiba:
- Escuta aqui meu patrão, essa é fácil. Tá vendo aquela mulher ali distribuindo panfletos?
- Tô...
Eu disse muito reticente.
- Pois é, tu vai ter que fazer ela sorrir, só isso.
- Só isso?
- É, mas é com uma cantada.
Eu então olhei a não tão jovem sindicalista de boné, óculos e buço e disse para o safado ao meu lado:
- Mas ela deve ser mais macho do que eu.
Ele olhou a mulher sorriu e disse se levantando e dando um tapinha no meu ombro.
- É, pode ser, mas dá teus pulos... se não quiser perder as pregas do furico.
Eu então levantei disposto a utilizar a mesma tática, não pensar em nada e cantar a mulher.
Ao me aproximar percebi que ela era do PSTU e pensei em dizer:
- Contra burguês vote 16, contra boquete vote 17.
E me aproximei dela já sorrindo.
Ela então me olhou com a ternura de um pedreiro e disse:
- Vamos à luta companheiro.
Me entregou um panfleto e me deu um tapa nas costas que quase deslocou meu ombro.
Eu permaneci por ali como não quer nada e disse:
- Escuta, como é que eu posso me filiar ao partido de vocês?
Ela achou que eu tava tentando tirar uma onda da cara dela, de modo que pôs as duas mãos na cintura, me encarou firme e disse olho no olho e bigode a bigode:
- O quê que tu que cara?
E eu aproveitando que sou meio preto disse imitando aquela voz encarreirada do Shogun e não sei com que presença de espírito:
- Eu quero trepar, nem que seja pelas cotas, porque uma mulher bonita e branca como você tem que dar para pardos, negros e índios pelo menos em 50% dos casos, dos parceiros, das fodas, quer dizer, você entendeu...?
Ela me olhou então com um olhar impossível e eu pensei que ia perder a cabeça com uma bofetada, mas ela foi se tremendo toda e rinchando e eu não sabia se ela estava tendo um orgasmo, um ataque cardíaco ou rindo, mas era riso mesmo e para sair daquela situação eu disse:
- Tudo bem, se não quer foder não fode, mas não debocha assim.
Ela então riu ainda mais alto e eu dei as costas e fui embora.
Missão cumprida.
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