sexta-feira, 30 de julho de 2010

Marx, Maquiavel e Zé Limeira VII

Hoje eu tô triste, estava lembrando de finado Antônio do O, teve morte triste ele, eu vi, pessoa boa demais ele, só bebia, bebia mais que alambique e só queria ter um aniversário, pediu a mulher pra preparar a festa, ela preparou, bebia um pouco também comadre Severina, mas no dia anterior Antônio do O, feliz que estava bebeu além da conta, isso foi lá no mercado, no bar de seu Zé de Xica Preta e pra se fazer de valente tirou o gosto com uns pedaços de folhas de comigo-ninguém-pode, aquela plantinha que se usa pra enfeitar jardim e que todo mundo diz que é um veneno e é mesmo.
Na hora, na hora, Tonho do O não teve nada, mas em casa, conforme comadre Severina que é mulher de respeito, quer dizer, não de tanto respeito assim, acordou no meio da noite, deu um grito horroroso e cagou um queijo de coalho. Mesmo assim, como era desejo dele, comadre Severina fez a festa, a mesa foi o caixão do finado. Mas a vida é assim mesmo, um dia a gente se fode e no outro também e é por isso que eu aconselho aos jovens, fodam, fodam logo antes de ficarem de pimba mole ou, pior, serem fodidos.
E as mulheres eu digo também, dêem, dêem muito, não tenham raiva das putas, buceta existe é pra ser dada mesmo.
Que pena de finado Tonho do O e tudo isso foi numa terça-feira.
A melhor carne de sol que eu comi na minha vida foi naquele velório. Nunca me esqueci.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

A culpa foi de D. Pedro

E era uma vez a copa da África (do sul), que pelos menos serviu para os ignorantes aprenderem que nem tudo é pobreza no continente negro e que também faz frio por lá e que nem todos os africanos são negros.
Tudo bem, o futebol apresentado foi de péssima qualidade e os juízes contribuíram bastante para atrapalhar o espetáculo, mesmo assim existe muito o quê comemorar e não me refiro apenas às belas da copa, ave Larissa Riquelme, mas a momentos como o rosto perplexo de Maradona diante do óbvio, ele não é Deus e a zaga da Argentina é pior que a do Vasco da Gama, ou ainda o inferno e o céu de Asamoah Jan, que perdeu um pênalti no último minuto da partida contra o Uruguai e alguns minutos depois converteu outro. Para fazer isso, como se diz no sertão, é preciso ter sangue no olho, e o atacante de Gana teve, embora, para sua infinita tristeza, o pênalti perdido foi decisivo, o segundo, não.
Outro momento indelével foi à irresponsabilidade bem-sucedida do Loco Abreu e o sorriso de Luís Suárez depois de ser informado que o malfadado Asamoah Jan, não convertera o pênalti que ele causara ao impedir, com as mãos, que a bola de Gana, atravessasse o gol do Uruguai.
Esse foi sem dúvida o jogo mais emocionante da copa.
Porém inesquecível mesmo será a falha do melhor goleiro do mundo, Júlio César, Júlio César e suas mãos delicadas demais e o time inteiro do Brasil desabando sob o peso da responsabilidade de representar o melhor futebol do mundo.
A falta de educação dos franceses e do técnico da Alemanha também será lembrada e ainda a zaga da Suiça e o time dos EUA, que dará trabalho nas próximas copas.
Essa que passou foi a copa das surpresas, embora a Espanha tenha sido campeã, e das decepções, Messi, que não tem sangue no olho, que o diga. E o nosso Kaká, estará mesmo imprestável de vez para o futebol? E a Itália, ressurgirá das cinzas?
Não sei, sei que Diego Forlán foi sem dúvida o craque da copa e caso tivesse jogado pelo Brasil, apesar do Felipe Melo e do Júlio César, a nossa equipe teria levado o hexa com uma mão nas costas, culpa então de D. Pedro I, que não ganhou a guerra da Cisplatina.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Carne de pescoço

O eterno camisa 1 da Gávea

O goleiro Bruno se desligou do Flamengo e já recebeu proposta do Bangu e da Papuda.

Desilusão

Depois que a Argentina perdeu a Copa eu não acredito mais em Deus.

Revelação

Agora eu descobri porque o mascote do Flamengo é um urubu.

Aguardem

O Flamengo em breve anunciará seu novo patrocinador: a “Funerária caminho do céu” e promete caixões autografados pelos jogadores.

Uma chance real em 500 anos

Finalmente um índio pode chegar ao palácio do Planalto.

Quase certo

E não é que o Messi pode ser mesmo filho do Zacarias dos trapalhões.

O melhor

O craque da copa é Diego Forlán.

Vamos falar sério

Leonardo ou Ricardo Gomes como técnico é uma piada de mau gosto.

Simbiose

Maradona é a encarnação da Argentina, pretensioso e decadente.

O fim das dúvidas

Deus existe e é paraguaio.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Gatimanhos e mumunhas

E nós perdemos a copa. Pela segunda vez levamos fumo nas quartas de finais, pois o Júlio César inventou de falhar no único minuto em que não poderia. Goleiro tem que ter sorte e ele não teve, depois nós jogamos com dez homens e um cavalo.
Fazer o quê?
Assistir na televisão os próximos capítulos da novela, “O carniceiro da Gávea”, estrelada por uma mocinha idiota (mocinha não é bem o termo) de nome Eliza Samúdio e o psicopata da hora, o conhecido espancador de mulheres Bruno, goleiro do Flamengo.
É fácil acompanhar, pois os capítulos passam em todas as redes de televisão e em qualquer horário, apesar da trama cada dia mais apavorante.
Na realidade é um novo gênero, o pornô-macabro, com fartas doses de miséria brasileira e da morte de uma instituição chamada família.
Desde a época do goleiro Barbosa, que foi condenado sumariamente ao ostracismo perpétuo por ter levado um gol, não é tão difícil ser goleiro no Brasil.
Mas vamos falar de coisas alegres, por exemplo, os seios de Larissa Riquelme, a bela mais bela da copa, que é uma prova cabal da existência de Deus.
Deus é paraguaio.
Deus definitivamente não é argentino.
Já o diabo, não o Satanás-mor, mas aqueles diabinhos safados, são todos brasileiros, alguns são até juízes do STF, e como nós desmoralizamos até os diabos, alguns deles, vermelhos até, se empenharam muito em perdoar a dívida dos desmatadores, ainda bem que um índio pode chegar a ser o segundo homem mais importante do Brasil.
Tudo bem, é um índio carioca, mas mesmo assim é um índio, com documentos que provam que ele é índio. Ele pode até não ter cara de índio, mas é índio da tribo dos “Tijucas”.
É, caros leitores, alguém já disse que o Brasil não é para principiantes, aqui, como diria um amigo meu, o mais bestinha dá beliscão em azulejo, assim lembrem-se da sentença do pai do Miguilin: Se Deus vier que venha armado, e eu acrescentaria, senão metem-lhe bala, se apossam do céu, assassinam o menino Jesus na porta de uma igreja e põe a culpa em São Pedro, que é pobre, burro e lascado.
E só uma última coisinha: quem é mesmo Messi?

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Anúncios/classificados/patrocínios/apoios

Maisena em pó Maradona: a única que é barata e dá barato.
Expresso Felipe Melo: Volte pra casa mais cedo.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Marx, Maquiavel e Zé Limeira VI

Foi em um dia de feira, eu era rapaz ainda e fugia de um corno vingador que me pegara com a mulher ao retornar do serviço. O corno era soldado de polícia e por isso eu corri mais do que um condenado no quinto dos infernos, mas aquela feira no meio da rua me salvou. Era a feira de Itabaiana e lá tinha de tudo, inclusive lugar para me esconder.
Mas pra falar a verdade mesmo eu me escondi foi num cabaré e como não podia pagar a estadia com umas boas caralhadas tive que servir de moleque de recado pras putas, até que uma delas se engraçou por mim e acabou me ajudando a sair da cidade. Peguei então o trem pra Paraíba, mas fui parar então em Cabedelo, onde, vejam vocês, me tornei caçador de baleia e conheci o diabo, isso mesmo, o canho do pé preto e não foi em alto mar, pois até o bute tem medo do mar, que se vocês não sabia é um bicho vivo, um animal e não uma massa de água, mas vamo falar do diabo.
Foi em agosto e chovia muito, estava já anoitecendo e como daquela vez o corno era eu (aqui se faz aqui se paga), eu tava bebendo sozinho quando um sarará com cara de cabra safado começou a me dizer gracinhas. Parecia até que o infeliz era meu amigo de infância de tanto que me conhecia.
Eu então disse assim pra ele:
- Você me deixe em paz por que amarelo desse jeito você não agüenta três cascudos embaixo da mesa.
Seu Dedé, dono do bar, que adorava uma confusão não disse nada. Os gatos pingados que estavam no bar começaram a rir.
O sarará então topou o desafio e se pôs debaixo da mesa, eu aí dei um cascudinho e pedi outra cachaça. O diabo logo percebeu o que eu ia fazer, beber e deixar o bar sem dar os outros cascudos deixando ele mais raso que o chão e por isso o filho de chocadeira começou a feder e a pedir cachaça. Fedia mais do que cação. Eu então resolvi revidar, era ele fedendo de um lado e eu peidando do outro.
Foi assim a noite inteira, o bar ficou vazio. No outro dia me encontraram sozinho, bêbado e todo cagado. O diabo tinha ido embora, mas eu é que tive de pagar a conta toda e ainda limpar a sujeira. É, o diabo sabe mais por que é mais velho.
Hoje ele não me fazia uma dessas, mas fazia outras.