sexta-feira, 30 de julho de 2010

Marx, Maquiavel e Zé Limeira VII

Hoje eu tô triste, estava lembrando de finado Antônio do O, teve morte triste ele, eu vi, pessoa boa demais ele, só bebia, bebia mais que alambique e só queria ter um aniversário, pediu a mulher pra preparar a festa, ela preparou, bebia um pouco também comadre Severina, mas no dia anterior Antônio do O, feliz que estava bebeu além da conta, isso foi lá no mercado, no bar de seu Zé de Xica Preta e pra se fazer de valente tirou o gosto com uns pedaços de folhas de comigo-ninguém-pode, aquela plantinha que se usa pra enfeitar jardim e que todo mundo diz que é um veneno e é mesmo.
Na hora, na hora, Tonho do O não teve nada, mas em casa, conforme comadre Severina que é mulher de respeito, quer dizer, não de tanto respeito assim, acordou no meio da noite, deu um grito horroroso e cagou um queijo de coalho. Mesmo assim, como era desejo dele, comadre Severina fez a festa, a mesa foi o caixão do finado. Mas a vida é assim mesmo, um dia a gente se fode e no outro também e é por isso que eu aconselho aos jovens, fodam, fodam logo antes de ficarem de pimba mole ou, pior, serem fodidos.
E as mulheres eu digo também, dêem, dêem muito, não tenham raiva das putas, buceta existe é pra ser dada mesmo.
Que pena de finado Tonho do O e tudo isso foi numa terça-feira.
A melhor carne de sol que eu comi na minha vida foi naquele velório. Nunca me esqueci.

Nenhum comentário:

Postar um comentário