Domingo passado, 3 de maio de 2009, muito se falou dos quinze anos da morte de Ayrton Senna, sem dúvida um dos maiores pilotos da história da Fórmula 1. E uma frase foi repetida a exaustão: “Triste do país que precisa de heróis”. E o complemento era sempre. “O Brasil precisa”.
Nunca ouvi tolice maior. O Brasil não precisa e nunca precisou de heróis, apesar de produzi-los em profusão, desde os heróis anônimos que lutam pela sobrevivência com uma tenacidade e uma alegria invejáveis até aqueles que a história registra, embora os mais heróicos entre os heróis descansem na doce paz dos esquecidos e nas discussões dos mais eruditos entre os historiadores e não na boca do povo.
Ayrton Senna não foi um herói, herói é quem morre para salvar ou melhorar as condições de vida dos outros. Heróis são os que morrem em prol do bem comum, ou vivem em razão desse mesmo bem. Senna, embora tenha dado orgulho aos brasileiros, não fez uma coisa nem outra e, portanto, não foi herói. Ronaldinho então, está longe de ser herói.
E dos duvidosos heróis da história oficial, a grande maioria da população só guarda o nome.
Assim acontece com:
Tiradentes, o único que teve a honra de tornar-se feriado nacional, e que pagou pelo crime da plutocracia mineira, ele que era alferes, dentista e que, como ninguém é de ferro, recebia suborno dos traficantes de diamantes das Minas do Ouro.
Zumbi, que embora tenha existido, soa mais como uma invenção do movimento negro.
Caxias, o pacificador, que matou gente demais para manter a unidade do país, pois tudo tem um preço e, no Brasil do século XIX, escravidão e sangue foi o preço da unidade nacional.
Getúlio Vargas, este ainda muito lembrado, deu um tiro no peito, mas fez vistas grossas para a roubalheira que partia do seu círculo íntimo e venhamos e convenhamos corrupto não é só quem rouba, é também quem deixa roubar. É preciso ainda lembrar que o nosso Gegê deu um presentinho a Hitler, uma judiazinha grávida e comunista, que, por culpa dele, morreu na Câmara de gás.
Tancredo Neves e Ulisses Guimarães apoiaram o golpe de 1964.
Enfim, herói de verdade é mais difícil de encontrar que ouro.
Herói talvez, e olha que eu não sou comunista, só mesmo o velho e burro Luís Carlos Prestes, ou o João Pedro Teixeira, que sabia que ia morrer e mesmo assim continuou a organizar os camponeses da velha e boa Paraíba do Norte. Mesmo assim, quem lembra deles?
Herói no Brasil é quem consegue sobreviver e rir sem ajuda de ninguém. Não somos como os norte-americanos, que precisam sempre de alguém que os defenda, seja dos ingleses, dos comunistas, da Al-Qaeda ou deles mesmos. No Brasil herói é quem não se deixa levar pelo desespero diante da injustiça do mundo e da inevitabilidade da morte. Assim, herói é Pedro Malasartes, Cancão de Fogo, João Grilo, Jeca Tatu, que no fundo são um só, síntese dos brasileiros, ou seja, filhos deserdados de Deus no Paraíso; à procura da felicidade e céticos em relação a monstros, demônios e heróis.
Nunca ouvi tolice maior. O Brasil não precisa e nunca precisou de heróis, apesar de produzi-los em profusão, desde os heróis anônimos que lutam pela sobrevivência com uma tenacidade e uma alegria invejáveis até aqueles que a história registra, embora os mais heróicos entre os heróis descansem na doce paz dos esquecidos e nas discussões dos mais eruditos entre os historiadores e não na boca do povo.
Ayrton Senna não foi um herói, herói é quem morre para salvar ou melhorar as condições de vida dos outros. Heróis são os que morrem em prol do bem comum, ou vivem em razão desse mesmo bem. Senna, embora tenha dado orgulho aos brasileiros, não fez uma coisa nem outra e, portanto, não foi herói. Ronaldinho então, está longe de ser herói.
E dos duvidosos heróis da história oficial, a grande maioria da população só guarda o nome.
Assim acontece com:
Tiradentes, o único que teve a honra de tornar-se feriado nacional, e que pagou pelo crime da plutocracia mineira, ele que era alferes, dentista e que, como ninguém é de ferro, recebia suborno dos traficantes de diamantes das Minas do Ouro.
Zumbi, que embora tenha existido, soa mais como uma invenção do movimento negro.
Caxias, o pacificador, que matou gente demais para manter a unidade do país, pois tudo tem um preço e, no Brasil do século XIX, escravidão e sangue foi o preço da unidade nacional.
Getúlio Vargas, este ainda muito lembrado, deu um tiro no peito, mas fez vistas grossas para a roubalheira que partia do seu círculo íntimo e venhamos e convenhamos corrupto não é só quem rouba, é também quem deixa roubar. É preciso ainda lembrar que o nosso Gegê deu um presentinho a Hitler, uma judiazinha grávida e comunista, que, por culpa dele, morreu na Câmara de gás.
Tancredo Neves e Ulisses Guimarães apoiaram o golpe de 1964.
Enfim, herói de verdade é mais difícil de encontrar que ouro.
Herói talvez, e olha que eu não sou comunista, só mesmo o velho e burro Luís Carlos Prestes, ou o João Pedro Teixeira, que sabia que ia morrer e mesmo assim continuou a organizar os camponeses da velha e boa Paraíba do Norte. Mesmo assim, quem lembra deles?
Herói no Brasil é quem consegue sobreviver e rir sem ajuda de ninguém. Não somos como os norte-americanos, que precisam sempre de alguém que os defenda, seja dos ingleses, dos comunistas, da Al-Qaeda ou deles mesmos. No Brasil herói é quem não se deixa levar pelo desespero diante da injustiça do mundo e da inevitabilidade da morte. Assim, herói é Pedro Malasartes, Cancão de Fogo, João Grilo, Jeca Tatu, que no fundo são um só, síntese dos brasileiros, ou seja, filhos deserdados de Deus no Paraíso; à procura da felicidade e céticos em relação a monstros, demônios e heróis.
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