quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Eu e o tempo contra todos

Minha revolta é inútil por que ninguém ouve e ninguém presta atenção, mas quem sabe um dia, quem sabe?
Por enquanto sigo sozinho como um Dom Quixote ridículo, como um profeta, um profeta não, um maluco e envelheço.
Já não consigo entender a ternura.
Porém como sou teimoso, ridículo, mas que ridículo, obtuso, sigo no mesmo caminho, que segue me levando a lugar nenhum, mas quem sabe um dia, quem sabe?
Nessa esperança sigo lutando contra os moinhos de vento, contra a hostilidade do mundo, a estupidez que pinta o céu de azul e as mediocridades satisfeitas que nunca entendem nada.
Contra os governos, todos eles, que os governos estão sempre no poder e contra os anarquistas.
Contra a morte, mesmo que não adiante. O que importa é a luta.
Tenho um apuradíssimo senso de tragédia. Quem sabe um dia não mate o rei, não o mate em praça pública e sem derramar sangue.
Niilista confesso e por isso mesmo crente apenas na beleza do suicídio, desde que não esteja chovendo, que não haja poesia e que só existam mulheres feias, tolas e burras.
Meu coração não tem juízo.
Meu cérebro perenemente intoxicado não de meta-anfetamina, mas de versos. Meus olhos sempre ciosos de espanto. Minha atenção para o insólito que se esconde por traz do trivial, me deixa sempre ocupado, sempre alerta para ver surgir o monstro ou o anjo onde todos só enxergam grama, mas o mundo não me entende, me ignora.
Gente embrutecida já não compreende a beleza, a estupidez é uma epidemia que ameaça o mundo.
Por isso sou contra todos os que bebem coca-cola, contra todos os que bebem água. Contra os ditadores e os democratas. Contra os pervertidos e os puros de coração.
Meu evangelho não está escrito. Meu evangelho é música.
Meu pão é o que não existe, o que está por vir, mas por enquanto minha dieta é de rins de bois torrados e suco de caju. As mulheres infelizmente me recusam a prisão dos seus ventres e eu sigo faminto e só.
Meu coração é um poço profundo onde repousam águas há muito tempo estagnadas.
Contra o sol e contra lua e, sobretudo, contra tudo o que não seja verdadeiro. Infelizmente meus amigos estão longe ou já morreram há muito tempo, mas quem sabe a morte não seja de fato o fim?
Minha esperança.
Contra o amor e contra o desamor, mas, sobretudo, contra essa gente de mentira que irá apodrecer antes do fim mundo.
Meu coração é um lugar de trevas, onde até a luz envelhece.
Quando eu era criança o teu rosto parecia o de uma fruta madura e o meu desejo era bom como um tiro certeiro no olho esquerdo de uma menina má.
Contra os vegetarianos e os bêbados.
Contra a rosa que os poetas mataram. Contra Deus e o pobre diabo que divide comigo a manga verde, o sal e o copo americano cheio de cachaça ordinária.
A vida não vale a pena, mas o que fazer, não vou morrer de delicadeza, por isso vou ficando cínico e seco, como um velho sátiro, como o demônio com quem discuto a desordem, o desconcerto do mundo, que Deus abandonou desde o primeiro pecado.
Mas triste do que eu Adão, que pouco depois de nascer, já foi abandonado.
Deus é isso, uma mãe desnaturada, que nunca tem tempo para os seus filhos.

sábado, 21 de novembro de 2009

O homem que virou verbo II

Dom Quixote de La Mancha: Personagem do escritor espanhol Miguel de Cervantes Saavedra, que por seu caráter bondoso e pouca razão, deu origem ao adjetivo quixotesco, que caracteriza aquele que luta por algo impossível e ao substantivo quixotada, o mesmo que realizar uma ação por idealismo, sabendo de antemão que ela não atingirá o fim desejado.

Madame Bovary: Personagem do escritor francês Gustave Flaubert, que por trair seguidamente o marido, deu origem ao substantivo bovarismo, o mesmo que leviandade, desfaçatez, dissimulação e safadeza das grossas.

Nicolau Maquiavel: Escritor, diplomata, político e historiador florentino, que por ter escrito um dos livros mais influente do mundo, O Príncipe, em que ensina como os governantes devem agir para se manter no poder, sem qualquer justificativa moral, deu origem ao adjetivo maquiavélico, ou seja, vil, dissimulado, astuto, ardiloso, feminino.

Onã: Segundo o livro dos gêneses, filho de Judá, que, ao ser obrigado a desposar Tamar, a esposa do seu irmão mais velho, Her, conforme o costume do levirato, desperdiçou seu sêmen na terra, ou seja, praticou o pouco eficiente coito interrompido, para não gerar um descendente, que perpetuaria a memória do seu irmão, pois para isso servia o costume do levirato, garantir uma descendência, um nome, a homens que morreram casados, porém sem filhos, ficando tal encargo para o seu parente mais próximo. Pelo ato acima narrado Onã foi morto por Deus, e deu origem ao substantivo onanismo, e por causa de maus exegetas e tradutores, passou a história como o primeiro masturbador, pois onanismo é o mesmo que masturbação, punheta, bronha e sola.

Cláudio: imperador romano que sofria de um fluxo corrente de catarro que descia do nariz até a boca, era casado com Messalina e ao contrário dos césares anteriores, não era bissexual, gostava apenas de mulher, não era a toa que casara com uma devassa, deu origem ao verbo claudicar, pois mancava da perna.

Cristina Prochasca – Atriz e bela mulher, cuja voz rouca das ruas atribuiu a seu singular sobrenome alguma similitude com a palavra xavasca, termo chulo que designa o órgão sexual feminino, daí porque hoje prochasca é sinônimo de xoxota, mas não de uma xoxotinha qualquer e sim de uma mega, ultra power xiranha de assombrar menino e matar fresco de susto.

Ronaldo Nazário de Lima – Lendário jogador de futebol brasileiro, eleito melhor jogador do mundo por duas vezes e um dos grandes responsáveis pelo pentacampeonato da seleção brasileira em 2002, na Coréia/Japão. Isto depois de ter se recuperado de uma grave lesão, que para muitos o afastaria do futebol definitivamente. Em 2008, outra vez contundido resolveu contratar três travestis para animá-lo. Não deu muito certo e ele acabou nos noticiários. O episódio foi largamente explorado por humoristas, piadistas de ocasião, invejosos e engraçadinhos de todo gênero, tanto que deu origem ao termo “ronaldagem”, ou seja, furicagem, sacanagem com travestis. A partir da final da copa de 98, o nobre atacante foi também responsável pela popularização do termo amarelar, para os quais também contribuíram outros grandes nomes do esporte nacional como Daiane dos Santos, Jadel Gregório, Bimba, João Derly e Diego Hypólito.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Feijoada completa

Roberto, o Requião

O renomado cientista paranaense Roberto Requião, vulgo Maria Doida, aquele mesmo que em encontro com o presidente Lula provou o gosto de sementes de mamona, assegurou que o aumento do número de casos de câncer de mama é o resultado das paradas gays. Eu concordo, e o aquecimento global também é culpa desses baitolas.

O duende verde

Obina pode não ser melhor que Eto, mas é melhor que o Vagner Love.

Mistérios

Entre malas brancas e malas pretas o Brasil não deixa de existir.

Enquanto isso no feudo do coronel Berlusconi

Os travestis brasileiros, também conhecidos como mulheres transgênicas, seguem fazendo vítimas. Que o diga aquele famoso político que sonhava ser primeiro-ministro, filmado com... Bem, é melhor não comentar.

Que vergonha

O governador Aécio Neves, governador de Minas Gerais, encheu os cornos de cachaça e deu uns safanões na namorada em público. Isso é coisa que se faça seu Aécio.

Unibambi

O Falcão é que tem razão, se os cornos do Brasil não se unirem, em pouco tempo os viados vão tomar de conta dessa merda.

Todo poderoso

Olha que um raio, um raiozinho só, apagou o Brasil. Se fosse uma tempestade o Brasil tinha sido posto fora do mapa.

domingo, 1 de novembro de 2009

Especulações

O saci é de fato um monstro bem brasileiro. Monstro é força de expressão, pois, na ainda não tão velha terra de Santa Cruz, os monstros de verdade costumam usar terno e gravata e morar em mansões no lago sul, mas, voltemos ao saci.
O saci é uma síntese do Brasil, pena que seja tabagista nesses tempos politicamente corretos. O moleque atrevido, diabo bonzinho, vive na floresta, é negro como um tição e traz na cabeça um barrete, símbolo da liberdade.
É verdade que com a destruição contínua e ininterrupta da Mata Atlântica muitos deles já entraram com a papelada para conseguir uma bolsa-floresta, ou melhor, uma canastra-floresta. Caso não sejam atendidos engrossarão as fileiras do movimento dos sem-terra ou se mudarão para os EUA.
Os sacis assim como o Monteiro Lobato têm simpatia pela América do Norte.
Falar nisso os norte-americanos resolveram falar grosso com o governo “de fato” de Honduras e a crise parece se esvaecer como fumaça de cigarro. Certas coisas demoram a mudar. A inércia é conservadora. E as elites latino-americanas morrem de medo do tio Sam.
Quem diz não ter medo dos gringos de mierda é o aprendiz de Juan Vicente Gomes que atende pelo nome de Hugo Chávez. O grande higienista e criador do socialismo bolivariano não deve nunca ter lido a conhecida frase do Libertador: “A manutenção da autoridade nas mãos de um mesmo indivíduo foi frequentemente o término de governos democráticos. As repetidas eleições são essenciais nos sistemas populares, porque nada é tão perigoso quanto deixar um mesmo cidadão permanecer longo tempo no poder. O povo se acostuma a obedecer e ele se acostuma a mandar, do que se origina [...] a tirania.” Certas coisas só são possíveis na América Latina.
Falando nisso o Mojica, dizem as más línguas, irmão do Zé Caixão, deve ser eleito presidente do Uruguai, país cuja maior façanha foi ganhar a copa de 50 no maracanã, mais nada. Os orientais teriam tido um futuro melhor caso estivessem permanecido sob a tutela do Brasil ou se nós tivéssemos vencido a guerra da Cisplantina, contudo como ninguém deu importância ao conflito, o resultado veio mais de um século depois.
Bem que minha avó dizia. Tudo tem conseqüência. Menos para o Sarney e sua prole, mas cuidado com o boi barrica que não é a cuca, mas pega.
O quê pega também é a gripe suína que promete barbarizar no inverno do hemisfério norte e assim fazer a fortuna dos laboratórios dos Estados Unidos.
Já em solo tupiniquim o verão, embora os noticiários insistam em chamar de primavera, começou a fazer suas vítimas. No norte do país o sol anda cozinhando os miolos dos pedestres incautos, no sul, as chuvas repentinas e intensas já começaram a matar.
Em Brasília, enquanto o Sarney se safa, os sem-terra, acusados de assassinar indefesos pés de laranja; um ato sem dúvida covarde e ultrajante, por que as laranjeiras não tiveram chance de defesa, são a bola da vez.
Quem tem medo da Kátia Abreu?
Eu não, tenho medo é do Ronaldo Caiado, rebento de uma antiga estirpe de grileiros de terras e matadores do Estado de Goiás.
Porém qualquer coisa eu chamo o super Carlos Minc para me salvar. Eu disse salvar.