domingo, 1 de novembro de 2009

Especulações

O saci é de fato um monstro bem brasileiro. Monstro é força de expressão, pois, na ainda não tão velha terra de Santa Cruz, os monstros de verdade costumam usar terno e gravata e morar em mansões no lago sul, mas, voltemos ao saci.
O saci é uma síntese do Brasil, pena que seja tabagista nesses tempos politicamente corretos. O moleque atrevido, diabo bonzinho, vive na floresta, é negro como um tição e traz na cabeça um barrete, símbolo da liberdade.
É verdade que com a destruição contínua e ininterrupta da Mata Atlântica muitos deles já entraram com a papelada para conseguir uma bolsa-floresta, ou melhor, uma canastra-floresta. Caso não sejam atendidos engrossarão as fileiras do movimento dos sem-terra ou se mudarão para os EUA.
Os sacis assim como o Monteiro Lobato têm simpatia pela América do Norte.
Falar nisso os norte-americanos resolveram falar grosso com o governo “de fato” de Honduras e a crise parece se esvaecer como fumaça de cigarro. Certas coisas demoram a mudar. A inércia é conservadora. E as elites latino-americanas morrem de medo do tio Sam.
Quem diz não ter medo dos gringos de mierda é o aprendiz de Juan Vicente Gomes que atende pelo nome de Hugo Chávez. O grande higienista e criador do socialismo bolivariano não deve nunca ter lido a conhecida frase do Libertador: “A manutenção da autoridade nas mãos de um mesmo indivíduo foi frequentemente o término de governos democráticos. As repetidas eleições são essenciais nos sistemas populares, porque nada é tão perigoso quanto deixar um mesmo cidadão permanecer longo tempo no poder. O povo se acostuma a obedecer e ele se acostuma a mandar, do que se origina [...] a tirania.” Certas coisas só são possíveis na América Latina.
Falando nisso o Mojica, dizem as más línguas, irmão do Zé Caixão, deve ser eleito presidente do Uruguai, país cuja maior façanha foi ganhar a copa de 50 no maracanã, mais nada. Os orientais teriam tido um futuro melhor caso estivessem permanecido sob a tutela do Brasil ou se nós tivéssemos vencido a guerra da Cisplantina, contudo como ninguém deu importância ao conflito, o resultado veio mais de um século depois.
Bem que minha avó dizia. Tudo tem conseqüência. Menos para o Sarney e sua prole, mas cuidado com o boi barrica que não é a cuca, mas pega.
O quê pega também é a gripe suína que promete barbarizar no inverno do hemisfério norte e assim fazer a fortuna dos laboratórios dos Estados Unidos.
Já em solo tupiniquim o verão, embora os noticiários insistam em chamar de primavera, começou a fazer suas vítimas. No norte do país o sol anda cozinhando os miolos dos pedestres incautos, no sul, as chuvas repentinas e intensas já começaram a matar.
Em Brasília, enquanto o Sarney se safa, os sem-terra, acusados de assassinar indefesos pés de laranja; um ato sem dúvida covarde e ultrajante, por que as laranjeiras não tiveram chance de defesa, são a bola da vez.
Quem tem medo da Kátia Abreu?
Eu não, tenho medo é do Ronaldo Caiado, rebento de uma antiga estirpe de grileiros de terras e matadores do Estado de Goiás.
Porém qualquer coisa eu chamo o super Carlos Minc para me salvar. Eu disse salvar.

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