terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Anúncios/classificados/patrocínio/apoios

Panetone do Arruda, dá mais sorte e dinheiro do que trevo de quatro folhas.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Manifesto niilista

Se ao que busco saber nenhum de vós reponde, os abandono a todos, os ultrajo e choro, que já é noite e ninguém vê. Quem disse isso? Não sei, não lembro, essa massa de inutilidades encharca o meu cérebro como álcool, eu morro, eu desfaleço, como qualquer um e já não me serve a idéia de Deus, de nenhum deus antigo, nem dessas deusas novas que tentaram tomar, como titãs delicados, o céu; razão, ciência, revolução, de que me vale tudo isso? Todas elas exigem sangue, holocaustos, não de animais, mas de homens e todas elas sucumbem aos demônios coloridos do poder, do orgulho, do dinheiro. Não te falaram que todos os profetas morreram e ao contrário do que dizem, não deixaram descendentes, não te disseram, que a revolução mudou apenas o nome dos tiranos e que a pobre ciência cresceu a custa da angústia, da descrença. Eu não te amo, medíocre e esplêndida vida que tenho, mas de que adianta morrer, não há ganho em te perder, não morreria por nada, nação, crenças, idéias, valores, paixão, tudo passa debaixo do sol, tudo é vaidade, como já dizia Jesus, não o filho de José, mas o filho de Sirac, que viveu antes dele e que não o anunciou, não, eu não sou um crente da descrença, os que crêem vivem melhor, não, eu não acredito no suicídio, eu debocho de todos os suicidas, por que nasceram com pouca fibra, ou com excesso de coragem, não vale a pena morrer, não adianta enlouquecer, as drogas todas não ensinam nada, são confeites para crianças cada vez menos crescidas e os mais velhos sabem tanto quanto qualquer um. Não acredito tanto assim no dinheiro a ponto de não crer em todas as cotidianas formas de malignos carcinomas, que semeiam a morte, sem um mínimo de consideração social e o sexo, o sexo é divertido, mas como eu não sou príapo não dura tanto assim e nem sobra a arte, a arte não é nada demais, é só outra forma de viver, ao mesmo tempo longe e perto daqui e já não falo do amor, que se desfez em versos e não resiste ao tempo e por fim já não creio no tempo, pois sou eu que passo, eu que envelheço, creio em mim, mas eu não existo, todo o dia me reinvento, me extravio, me perco e só a noite me encontra a vomitar sandices, como estas, pois não creio em nada do que disse, ou só cri a um segundo atrás, não, não creio na descrença, mas acho bela aquela flor rosa pálida, que varreu Hiroxima com sua voracidade de antibiótico e não há por que não reparar beleza no que disseram os molestadores da lua e nos profanadores da guerra, que me roubaram o sagrado direito de matar, sim, por que se não morreria por nada, também por nada mataria. Assim, o que fazer quando a carne reclama que eu espanque até se exaurir as forças dos meus braços, qualquer um que me roubar a paz, que me tirar do sério? Todos esses anos de civilização me emascularam e o que é a civilização senão a forma vitoriosa da barbárie, que por ser a mais bárbara triunfou? Os reis do oriente punham o pé direito sobre a cabeça curvada dos reis vencidos, depois mergulhavam esse mesmo pé no sangue do inimigo morto; os apaches tiravam o couro cabeludo dos inimigos, cortavam-lhe o pênis e o colocavam na boca do castrado; os endinheirados de hoje deixam morrer a mingua qualquer um que não tenha um cartão de crédito, esses são invisíveis, importunos e inúteis, a existência deles chega a ser um crime, assim qualquer conduta deixa de ser criminosa, se aplicada a esta humanidade dispensável, a essa não humanidade, que insiste em existir, sendo útil apenas como fornecedores de órgãos, de sexo e de auto-estima, àqueles que vivem no aquário das suas vidas bem guardadas, onde um Deus de luz e plástico lhes diz com base em pesquisas científicas, quando devem casar, a que horas devem dormir, quantos quilos devem pesar, e o que vestir, o que comer, o que fazer para sempre parecer feliz. A felicidade é uma exigência que várias pílulas multicoloridas prometem trazer, se não a felicidade em si, tão fugidia, sua aparência. Há receita para tudo, um adulto entre trinta e quarenta anos deve fazer sexo três vezes por semana e masturbar-se uma vez, esse é o ideal, assim fazem os famosos, novos deuses do Olimpo, que por terem a vida filtrada por lentes, parecem viver uma vida mais intensa que qualquer mortal, porém isso é o que eles não são, são divas, ídolos, deuses, que de uma ora pra outra, veja você, morrem, tem diarréia nervosa, câncer, medo, visto de perto são iguaizinhos, arrotam e peidam e peidam merda mesmo e não perfume e é tão desagradável sentir o peido de uma dessas celebridades, quanto de qualquer um. É certo que nem de tudo é possível fugir, por exemplo, da escola, que é uma forma de ocupar o tempo dos jovens com conhecimento inútil, afinal se você não quer ser matemático, crítico literário ou historiador, não é muito relevante saber calcular um polinômio, saber identificar um hipérbato na primeira lida e sem titubear ter em mente o nome do terceiro imperador romano do oriente, ou do segundo que seja, porém, em última instância, o responsável por sua vida é você mesmo, não é a família, não são os amigos, não é a igreja, ou a falta dela, o estado, a mídia, deus ou o demônio, o responsável é você, ninguém convence ninguém, você é que se deixa convencer, contudo é difícil aceitar essa verdade incontestável, só você é o responsável pelos seus atos, cada uma das suas alegrias é uma faca de dois gumes, porém o quê digo aqui, acaso sou algum moralista inglês, ou um padre de paróquia do interior a vociferar pelo pano de menos na saia das moças? Vão todos para o diabo, sozinhos e calados ou juntos, que talvez seja mais divertido, o que sei é que as vezes preciso de silêncio e solidão e outras de convívio e companhia, como já dizia aquele alemão que morreu de tanto pensar, contudo meu pai sempre me alertou “de tanto pensar morreu um burro”, depois o que sei eu da vida, não sei nem mais nem menos que qualquer um, por isso ignorem tudo o que eu disse, pois escrevo agora não com o intuito de mudar o mundo, já perdi as ilusões que tinha de me tornar rei, escrevo apenas por não ter o que fazer e estar indisposto, afinal de contas nenhuma filosofia existiria se as mulheres fossem mais disponíveis, assim não tenho nada que preste a dizer e muito menos a ensinar. Vão todos para a puta, a grande puta fodedora que os pariu.

domingo, 20 de dezembro de 2009

A noite da esperança peregrina

Hoje creio em deus, só e apenas hoje creio em deus. Ao escrever estas linhas estou levemente embriagado com três taças médias de um vinho ruim produzido no Rio Grande do Sul, mesmo assim creio em deus, mas não creio nos homens.
Uma música de não muito longe chega aos meus ouvidos fatigados de ouvir. Há sempre alguma música na noite de natal, noite feliz, noite da estrela peregrina e do nascimento do nosso senhor Jesus Cristo, nosso pai e irmão. Dizem os padres mestres que nasceu e dormiu o primeiro sono em uma manjedoura, que servia, quem sabe, de coxo para os cavalos ou os burros do lugar e nasceu ali para mostrar aos homens que a riqueza é oca, que ser rico não é o mesmo que ser nobre, que ser bom.
É nesse deus que eu acredito, não naquele que, dizem, habita o Vaticano, ou aquele deus exclusivista, que só é dos escolhidos. O meu deus viveu entre os publicanos, as meretrizes, os cobradores de impostos, os soldados, os pescadores, é esse o meu deus, não aquele que busca império, poder e glória, porém a mensagem desse deus foi esquecida, silenciada.
Oh deus, meu deus que é manso como um cordeiro, perverteram a tua palavra, tu és deus de toda a vida e não de um só dia. Então por que exigem que sejamos perfeitos e felizes só por uma noite? Só por um dia? Todos devem ser felizes no natal, não sê-lo é um sacrilégio, mesmo que seja uma alegria triste, uma não alegria. Hipócritas, hipócritas, cem mil vezes hipócritas, vocês não vêem o mal que fazem as crianças, aquelas que em seus casebres sofrem por se sentirem esquecida pelo Papai Noel, mas se não me engano hoje é a noite do deus menino e não de um velho que vem dos confins do mundo e sempre esquece Aninha, que pensa que é por que nasceu no lugar errado, por que nesse país não neva e muito menos essa época do ano; porém não pensa assim Kate Maria que sofre por que os pais não podem dar o presente que ela quis e sofre ainda mais por que percebeu que os pais sofrem por não poder lhe fazer o agrado que merece, menina boa e estudiosa que é, não podem também comprar perus congelados, aqueles cevados no quintal não servem; não podem comprar panetone, que ela ao provar, uma vez só, na casa da tia rica chamou bolo de caroço.
Meu deus em que creio hoje, chego a conclusão que vieste ao mundo para vender perus, panetone, queijos e vinhos e não para salvar as almas. Se não é assim teus ministros, ortodoxos ou dissidentes, venderam a alma ao diabo, dono de uma agência de publicidade, ou sofrem todos de pachorra, de apatia, degeneram tua mensagem em palavras que são apenas cascas e já não tem a propriedade de comunicar, mas apenas a de dizer uma barafunda que ninguém mais presta atenção.
Senhor meu deus em que creio hoje com todas as minhas forças e meu porre de vinho ruim eu vós invoco, é ora de voltar, é ora de nascer de novo, não para os grandes, não para esses bispos tarados, esses pastores ladrões, esse governantes cretinos, que dizem teu santo nome em vão, é ora de nascer de novo, como as chuvas de março, é ora de nascer em uma choupana na beira de um rio que fede a merda e não nos palácios do Vaticano, não em nenhuma dessas sinagogas de hipócritas, é ora de nascer de novo, não entre os puros de coração, só eles conseguem te enxergar nesse mundo, mas entre os infelizes, entre os perdidos de toda esperança, para que o teu evangelho seja de novo uma boa nova, uma sublime canção no espírito dos que sofrem e não um velho soneto que de tão gasto não diz mais nada e pode dizer qualquer coisa.
Eu já não tenho forças nas mãos, maldito vinho, eu seria feliz se essas crianças de rua, se todos aqueles que sentem a barriga roncar e os dentes rangerem de ódio te vissem surgir no céu, não puxado por renas, mas em ventania branda, em uma brisa de manar celeste que enchesse a todos de pão e paz. Deus em que eu creio perdoe a todos que eu magoei nesta noite e me ajude a ser bom, mesmo que eu não mereça, mesmo que eu nunca saiba.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Pirão de pobre

Crendice

Quem disse que arruda dá sorte?

Padrão de qualidade

Uma coisa é certa, os PM têm o mesmo comportamento no Brasil inteiro. São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, São José da Lagoa de Roça. A eficiência é a mesma. Os lombos dos manifestantes que o digam.

Campeão café com leite

Enfrentando dois times reservas nos dois últimos jogos é fácil ser campeão.

Festa

Nas comemorações pelo título do campeonato brasileiro a torcida do Flamengo brigou entre si. Nada mais natural, urubu gosta mesmo é de carniça.

Hóspede

O Zelaya ou Celaya vai deixar a embaixada do Brasil, vai precisar de um lugar para passar uns tempos. Alguém se dispõe a ajudá-lo?

Em breve nos cinemas

Lula, o filho do Brasil e FHC, o pai do Brasil.

Maldade

Fiquei triste, mas não estranhei a morte da atriz e eterna professorinha Leila Lopes, afinal qual a originalidade da história de uma professora que enlouquece e morre fudida?

Aquele que se foi

Lombardi morreu, será que agora o Silvio Santos vai ficar mudo?

Similitudes

A PM e a polícia da Dinamarca tem alguma coisa em comum.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Entre pizzas e panetones

Pois é, o Brasil caminha a passos largos e vigorosos para o primeiro mundo. Os pobres estão saindo da merda, não há dúvida, no Distrito Federal vão substituir até o velho pãozinho francês por panetone. E não adianta a secretária de Estado norte-americana ameaçar os países da América Latina que andam flertando com o Irã, afinal eles vão fazer o quê, bombardear Buenos Aires?
É mais fácil o filme “Lula, o filho do Brasil” ganhar o Oscar. E caso você não acredite nessa possibilidade, cético leitor, lembre-se que o homem que ganhou o prêmio Nobel da paz é o Comandante em chefe de duas guerras e que no discurso em que agradeceu pela honraria defendeu a curiosa tese de que é preciso fazer a guerra para conseguir a paz. É mais ou menos como defender a baitolagem em nome do puritanismo sexual, porém como é fácil ser viado com o rabo dos outros, vamos mudar o rumo dessa prosa.
Vamos falar de Honduras e do homem do chapelão que ainda está aboletado na embaixada brasileira. Que papelão para o Itamarati? Agora querem despachá-lo para o México, também com que moral um país critica as eleições de Honduras depois de elogiar as do Irã? O presidente da Costa Rica está certo, mas, escrevendo sobre este país de impetuoso progresso, eu acabei voltando ao mesmo assunto. Não importa, o que importa é viver, apesar das músicas do NXO, das perucas da Dilma Roussef e dos irresponsáveis de Copenhagen.
O mundo esquentando mais do que pano de cuscuz e os donos do mundo brigando para economizar tostões, tostões sim, por que se as coisas continuarem como estão o fim do mundo é logo ali na esquina e pior, em toda esquina, seja na China, em Nova York, na Conchinchina ou em Brasília, onde dizem que elas não existem.
Falar em Brasília, o Supremo Tribunal Federal, utilizando uma desculpa técnica qualquer, não suspendeu a censura que impede o jornal “O Estado de São Paulo” de noticiar os desmandos do filho do Capitão-mor do Maranhão, quer dizer, do Amapá, ou seja, o judiciário brasileiro continua sendo habitado por nefelibatas contumazes.
Já o PT, que realizou eleições internas, essas, sem dinheiro não contabilizado, renovou sua executiva, explicando melhor, houve o retorno de muitos mensaleiros a executiva do partido e para quem ouviu as declarações de Lula sobre as imagens do mensalão dos Democratas não restou dúvidas que de fato ele sabia do mensalão do PT, mas o povo empanturrado com as esmolas do Bolsa-família não está nem aí, ainda mais com o Bolsa-celular chegando.
É o suborno institucionalizado, até os gays receberam o Bolsa-vaselina e se eu fosse aposentado começaria o movimento pelo Bolsa-viagra, mas deixemos o Lula em paz porque bem ou mal ele está tirando os pobres da merda, apesar de que com as enchentes a merda sempre volta, mas isso é outra história.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Anúncios/classificados/patrocínios/apoios

Pau de dar em doido segurança de valores.
Nessa você pode confiar.