sexta-feira, 20 de maio de 2011

O morto que venceu a guerra ou 01/02 de maio de 2011

O homem está morto e os norte-americanos podem acreditar que são onipotentes, que são eles o “povo eleito” para reinar sobre o mundo dos fracos, porém, como o 11 de setembro demonstrou, toda a prepotência é perigosa e ainda mais quando toma conta de um povo com complexo de super-herói.
Mas o fato insofismável é que o homem, o fantasma de expressão comedida e olhar distraído, está morto e repousa em algum lugar ignorado coberto pelas águas do mar.
Segundo os norte-americanos o singular sepultamento ocorreu para evitar a formação de um santuário em seu mausoléu. A atitude foi inteligente, mas ineficaz, pois a casa onde ele se escondeu é que se tornará museu e santuário do homem que mudou o mundo, que criou o século XXI, o tempo em que a guerra se faz contra civis, em que “ninguém é inocente e ninguém está seguro”.
E nisso ele está certo, pois, como se precaver contra o ódio de alguém que despreza sua própria vida e dedica toda sua inteligência a causar a dor dos seus inimigos? Alguém que é um de nós, que usa uma máscara de respeito e ao receber uma mensagem qualquer se torna o mensageiro da morte.
Ninguém está seguro.
As fanfarronadas de Barack Obama talvez lhe garantam a reeleição, mas as imagens dos norte-americanos com o peito estourando de orgulho, comemorando pelas ruas a morte do inimigo público número um, tão parecidas com aquelas que correram o mundo, quando as torres gêmeas caíram e em muitos países muçulmanos, gente comum saiu às ruas para comemorar a morte dos endinheirados yanques, não ficarão impunes.
Passaram-se dez anos e os norte-americanos não esqueceram. Como disse Kid Obama, eles nunca esquecem, mas será que ninguém se perguntou, lá entre eles, porque provocam tanto ódio ao redor do mundo.
Será que é proibido ensinar nos Estados Unidos a história da política externa norte-americana? De como eles apoiaram a maior parte dos ditadores do mundo muçulmano, negando a esses povos, aquilo que em teoria eles mais prezam, a liberdade.
Em tempos de guerra fria, a desculpa era livrar o mundo do comunismo, pouco depois a guerra contra o terror. Mas a realidade é que o comunismo e o terrorismo serviram muito bem para garantir a segurança energética dos norte-americanos.
Os iraquianos que o digam.
Os miseráveis da Arábia Saudita, que assistem de boca calada e barriga vazia, a família real esbanjar o dinheiro do país, que o digam.
Os palestinos, que agonizam em um lento genocídio, cujo agente maior é o Estado de Israel, faca ocidental cravada no coração do oriente médio, de onde os judeus foram expulsos pelos romanos, no ano 100 d. c., quando Maomé nem sonhava em nascer, que o digam.
Os norte-americanos acreditam que venceram.
Ledo engano, Osama venceu, tornou os norte-americanos iguais a ele. As comemorações de rua demonstram.
Não quero ser alarmista, mas cada grito de entusiasmo pela morte do terrorista, criou, não tenha dúvidas, dúzias e mais dúzias de outros terroristas.
É preciso tomar cuidado, pois do alto de um edifício qualquer, o diabo, outra vez, cospe vermelho, porque os homens sempre inventam um jeito novo de se matar...

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