sábado, 9 de janeiro de 2010

Quanto mais, principalmente

Confesso que estive um pouco descrente da humanidade esses últimos dias, na realidade minha tristeza começou desde o natal, pois eu não consegui voluntários para espancar papais noéis, esses velhos safados que são também responsáveis pela infelicidade de milhões de crianças na noite de 25 de dezembro. Mas não tem nada não, entre “os esquecidos do bom velhinho” ainda nascerá algum para fazer justiça às crianças pobres do mundo. Assim, apesar de triste por não encontrar nenhum parceiro para assustar esses velhinhos mascarados resolvi não atacar em uma ridícula cruzada de um homem só os idosos garotos propaganda da coca-cola.
Porém, isso já passou, e estamos agora em um novo ano, de modo que só retomarei o meu movimento de caça e extermínio ao Papai Noel daqui a doze meses e, ao menos por enquanto, me reconciliei com os meus semelhantes ao ouvir comovido o governador do Distrito Federal dizer que perdoa a todos aqueles que o julgaram mal por que também almeja o perdão dos seus próprios pecados.
Ainda há gente boa no mundo.
Apesar dos pedidos de desculpas de debochados apresentadores de telejornais, das músicas do Latino, dos vampiros do “Crepúsculo” e do Nenê Constantino, ainda existe gente boa no mundo, mesmo que ele esteja se desmanchando sob as chuvas de verão.
Vejam o caso recente da cantora norte-americana Beyoncé que por uma vultosa quantia aceitou fazer um show particular para o filho do Muammar Kadafi, em uma ilha do Caribe.
Tudo para satisfazer o filho solitário de um ditador.
Eu acredito na humanidade, sim eu acredito, nos vivemos no melhor dos mundos possíveis e, portanto, não adianta enlouquecer, a vida não é um roteiro de cinema americano, embora todos saibam como termina, esteja você na companhia de um nigeriano em um vôo sobre os Estados Unidos, no ônibus da seleção do Togo em Cabinda ou ainda em uma pousada em Angra dos Reis.

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