quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Explicando Max Weber

Um dos livros mais importantes do mundo, talvez o mais importante do século XX, foi: “A ética protestante e o espírito do capitalismo”, em que o grande Max Weber tentou provar sua tese de que o capitalismo prosperou nos países protestantes porque para puritanos e calvinistas o enriquecimento é uma prova cabal da bem-aventurança, da graça divina, motivo pelo qual ninguém deveria se sentir culpado por ser rico, contudo, o dinheiro era considerado uma dádiva divina, e, portanto, não deveria ser esbanjado, pois o Deus feito homem, comia pão e peixe e andava a pé.
Então, o quê fazer com o dinheiro se não se podia esbanjar, nem distribuir com os pobres, que se fossem virtuosos também enriqueceriam? Além disso, era proibido entesourar, uma vez que, como todos sabem: “ouro tem muita tara”. A saída então era reinvestir. Desse modo o dono de uma fabriqueta de fundo de quintal não utilizava o dinheiro, ou pelo menos não a maior parte dele para morar, comer ou se vestir melhor e sim na ampliação da fabriqueta, na abertura de uma filial, na compra de novos equipamentos e etc. Assim, como capital gera capital, o pai morreria sóbrio, austero e rico; o filho já não seria tão austero e os netos venderiam ou perderiam o negócio para os judeus e assim o capitalismo florescia, ou melhor, floresceu.
Mas isso ocorreu na Europa de antigamente, atualizando a tese do seu Max Weber, imagine aquele seu vizinho que se converteu ao protestantismo e um ano depois passou a ter mais dinheiro quê você. Como se deu esse milagre?
Ora, ele começou a economizar nos três bs do capeta, que são boceta, birita e baseado, razão pela qual sobrou dinheiro para ele comprar um carro do ano. É bem verdade que o pastor comprou um carro ainda maior e o dono da Igreja vive em um condomínio de luxo nos arredores de Miami, mas tudo tem seu preço.
É assim o capitalismo.
Pelo menos segundo o Max Weber.

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