V – O latifúndio de uma Sem-Terra
Dessa vez foi em uma feira agro ecológica. Chico Rola estava com uma baita vontade de comer uma maxixada e assim foi até e feira onde encontrou não só o maxixe, mas uma bela moça que vivia nos arredores da cidade, em um acampamento de sem terras e como a feira já estava acabando, o nosso herói, convencido que aquela poderia ser a sua amada imortal, ajudou a pobrezinha a recolher o que sobrara e assim conseguira alguns sorrisos da roceira.
Na semana seguinte lá estava Chico Rola e seu amigo Zé Priquito e tanto fizeram que foram convidados para uma maxixada e desse modo tiveram livre trânsito no acampamento, em que Zé Priquito fez uma vasta colheita de priquitos enquanto Chico Rola esperava paciente por sua vez.
E como quem espera sempre alcança, ou então por a moça ouvir Chico Rola falar tanto de maxixes e quiabos, se empolgou e quis provar a verdura do desventurado de Pataliputra.
Não, Rodolfa, assim chamava a sem terra não era a princesa buscada pelo nosso herói romântico e caralhudo, mas todas aquelas semanas de conversa não foram em vão, por que embora sem terra a moça era dona de um latifúndio insuspeitado, que muitos grileiros adorariam tomar posse.
O tal latifúndio era na medida certa para as posses, ou melhor, para os possuídos de Chico Rola que esperava os irmãos e pais da moça saírem de casa para só então fazer sua “reforma agrária”, porém, os homens do acampamento não demoraram a perceber a ousadia dos vagabundos e, brandido foices e espingardas, os expulsaram da terra, de modo que os nossos heróis tiveram que migrar para a cidade grande, onde chegaram a passar frio e fome.
Mas não de boceta.
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