sexta-feira, 30 de setembro de 2011

As incríveis e espantosas aventuras de Zé Priquito e Chico Rola IX

VIII – A mulher do Sargento

Vida de bom vivã é um perigo, mesmo assim Zé Priquito não pensava em fazer outra coisa, mas o bondoso e caralhudo Chico Rola se apaixonou e, pior, tinha certeza que aquela era sua princesa encantada de Pataliputra.
Até aí nada demais se a jovem senhora por quem ele foi enfeitiçado não fosse a terceira esposa do Sargento Tapa.
Tapa não era sobrenome, era apelido, pois o glorioso PM sabia aplicar um tabefe com uma perícia de prêmio Nobel em pancadaria.
A mocinha, por que era uma mocinha vinda do interior, da cidadezinha de Duas Estradas, logo se enamorou pelo rapagão de olhos grandes e sorriso branco que era o faz tudo Francisco, que com freqüência cada vez maior era chamado pelas empregadas para fazer pequenos consertos na casa do Sargento.
A mocinha, no entanto, era guardada por uma irmã do seu Tapa, uma senhora gorda, com os ombros maiores que o quadril e um olhar de cachorro sem caráter.
A mulher era uma fera, mas achou muito simpático o amigo de Francisco, José, e aí Francisco teve uma idéia, pois a mocinha enamorada faria tudo o que o apaixonado Chico Rola quisesse, bastava ficar sozinha com ele. O que ainda não acontecera, não por causa do Sargento que passava boa parte da semana extorquindo pequenos comerciantes e espancando ladrõezinhos safados, mas em virtude da vigilância canina da Cândida, que de Cândida não tinha nada, assim bastava Zé Priquito papar a vigilante do tabaco alheio para ele desencantar a princesa.
Ao ouvir a idéia de Chico Rola, Zé Priquito respirou fundo, não era de enjeitar mulher, e não era por que fosse gorda, algumas das melhores mulheres que o nosso femeeiro já freqüentara eram gordas, era por que a Cândida tinha uma catinga fria que não passava nem mesmo quando ela saia do banho e se enchia de alfazema.
Mas como por um amigo se faz quase tudo, ele concordou e assim, em uma tarde de quinta-feira, enquanto Chico Rola fazia a mocinha entender que dar a boceta poderia ser muito bom, Zé Priquito encarava a Cândida com a fúria de um de um baterista ensandecido.
Era para acabar logo.
Mas não foi isso que aconteceu, pois a mulher era dura na queda e só deu-ser por satisfeita quando gozou e peidou ao mesmo tempo, para desespero de Zé Priquito, que não suportava catinga.
Ah, a mocinha não era a princesa encantada.

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