sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A espera de um desastre

Muitos saudosistas afirmam que nós vivemos tempos de merda, ou mais educadamente, tempo medíocres.
Não é verdade.
Não é verdade nem para o bem nem para o mal.
Não esqueçam que o presidente dos EUA é negro, que Cuba aos poucos vem implantando a economia de mercado e que diante de uma Europa em crise, se aventou a possibilidade de uma ajuda chinesa.
Além disso, infelizmente, há massacres na Noruega.
A Espanha é campeã mundial de futebol e a seleção brasileira do mesmo esporte é dar sono em “craque argentino”.
Definitivamente não vivemos tempos medíocres, vivemos em tempos perigosos em que diante da incompreensão do mundo que já não pode ser dividido entre os EUA e a URSS os homens buscam novas certezas.
Resta saber se a imensa manada que não pensa com sua própria cabeça, mas que implora pelas palavras de um mensageiro de Deus, ou melhor, das certezas, ouvirá um sábio ou um demagogo?
Eis o risco.
Porém, como ninguém ainda conseguiu catalisar esse cio por segurança que eu enxergo em todos os olhos, resta apenas drogar-se e a droga pode ser muita coisa: as canções da Lady Gaga, as pregações do pastor Silas Malafaia, o crack, os filmes da Sílvia Saint, a novela dos oito, os jogos do Corinthians, a filosofia do padre Fábio de Melo, ou simplesmente, comer, beber, trepar e esperar a morte vir.
Pensar é cansativo, é muito melhor que alguém pense por nós.
O último dos grandes profetas, um inglês que assinava por George Orwell, já falava no grande irmão que virá para dar aos privilegiados o ócio eterno da mediocridade satisfeita.
Então, lembrem-vos todos, especialmente os caçulas, que os irmãos mais velhos sempre tem razão.
Pai e mãe não estão em casa, então é bom obedecer ao grande irmão, senão...

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