O dia anticorrupção

30 ou 31 de outubro, não lembro bem, é o dia das bruxas, que já vem sendo comemorado, pasmem, em escolas, nesse brasilzão que tanto gosta de macaquear os estrangeiros, pois eu, depois de consultar o grande Biu Puta Preta e dele receber apoio, proponho a criação do dia de caça aos corruptos, nesse dia, seria lícito subtrair de empresas incompetentes os seus lucros ou mesmo avariar seu patrimônio e o dos seus donos.
Assim, por exemplo, ninguém deveria pagar passagem de ônibus, os shoppings centers deveriam ser invadidos por gente que nunca pisou nesses templos da modernidade; caixas eletrônicos poderiam ser saqueados e se os achacadores e torturadores que nós chamamos eufemisticamente de policiais, se metessem, levariam pau.
Porém, a ira maior deveria ser dirigida aos políticos, que teriam que ouvir, pois a população se reuniria diante de suas casas, justas reivindicações e justas reprimendas, assim como os juízes e célebres criminosos impunes, como esses filhinhos de papai que atropelam meio mundo e no dia seguinte vão para a faculdade de direito.
Sim, seria um dia de fúria.
Depois um ou outro cadáver desses desgraçados não faria falta ao mundo, mas meu guru, Biu Puta preta, que é contra a violência, me aconselhou a propor apenas as medidas pacíficas, ou seja, a recusa em pagar taxas de transporte coletivo e a ocupação sem baderna de hospitais e escolas particulares, e claro, dos shoppings centers, apenas para lembrar aos bens aquinhoados da fortuna que uma revolução nunca é pacífica.
Por fim, um carro de som, um grande ajuntamento de povo e a leitura da “folha corrida” em frente à casa dos meliantes com mandato ou das sentenças injustas dos bandidos de toga, seria algo recomendável e possível.
E se por acaso esses imundos se esconderem em condomínios fechados, invadamos então o condomínio.
É o que eu proponho, mas acredito que falte gente com colhão para fazer isso.
A data para se comemorar o dia anticorrupção deveria ser o dia em que o “mensalão” foi descoberto, e, como todos sabem, o mensalão, assim como as bruxas, nunca existiu.