Prólogo ou “Das explicações necessárias”
Prezados feladores, arrombadores de bocetas e comedores dos furicos alheios, é a vós que eu me dirijo. A vós que nunca adiais uma mulher para o dia seguinte. Sorvedores de bons vinhos e de péssima aguardente, bebedores de cerveja; grandes comedores ou reles punheteiros, é a vós que eu me dirijo para narrar às espantosas, incríveis, singulares, extraordinárias e assombrosas histórias de Zé Priquito e Chico Rola.
A saga dos heróis dessa história começa muito antes da guerra de Tróia, embora também tenha sido causada por um priquito, pois tudo teve início quando um dos herdeiros do império Gupta e o seu fiel escudeiro foram amaldiçoados pelo sacerdote Chandragupta depois que o malvado descobriu uma armação do príncipe para facilitar a entrada do amigo no quarto da filha do todo-poderoso do império.
Possesso ao ver sua filha descabaçada o sacerdote não caiu na lábia nem do casal, nem do seu protetor, o príncipe, cujo nome se perdeu na bruma do tempo, e lançou à maldição, sua própria filha morreria naquele instante e ao reencarnar morreria sempre que fodesse pela primeira vez, enquanto os “dois infames” viveriam eternamente condenados a vagar pelo mundo sem eira, nem beira, nem riqueza nenhuma, a sobreviver de estradeirices ou da caridade alheia.
O sacerdote era poderoso, mas mais poderosos são os poderes do bem, pois expulsos de Pataliputra, os bons amigos procuraram “Obinas”, o iluminado sábio que vivia em Lhassa, no Tibet, que desfez em parte o feitiço de Chandragupta, permitindo que a ex-moça não morresse sempre que conhecesse varão e ainda conseguiu, utilizando seus poderes, permitir que o encanto fosse quebrado, se em algum momento, a xiranha da filha do sacerdote encontrasse o cacete do melhor amigo do príncipe. No momento em que isso acontecesse o tempo não seria nada e os três voltariam conscientes para Pataliputra, uma hora antes da quase fatal descoberta de Chandragupta.
O problema era encontrar a xoxota perdida, a urna encantada onde estava depositada a sorte e a fortuna dos três jovens, mas o quê fazer? Lutar.
E assim se iniciaram as aventuras dos amigos condenados a foder todas as mulheres do mundo para encontrarem a solução dos seus problemas, o amigo do príncipe, por amor, e o príncipe por safadeza mesmo, que desde pequeno o herdeiro do trono de Pataliputra era muito safado, e deste modo insólito os amigos vagaram pelo mundo a procura da boceta panacéia.
Sempre com a mesma idade e vigor viveram na corte do Rei Arthur; nos domínios de Kan Kan Musa; foram soldados de Saladino; enfrentaram o exército mongol e foderam gregas e troianas, lisboetas e madrilhenhas, etíopes, turcas e chinesas. Correram o mundo muitas vezes e foram conhecidos por muitos nomes, mas foi ao desembarcar na boa Terra de Santa Cruz, que o vulgo chama Brasil, que ganharam o apelido de Zé Priquito e Chico Rola. O príncipe foi chamado de Zé Priquito pelos naturais do lugar por gostar mais da fruta do que sebo e pentelho e o seu dileto amigo, de Chico Rola, por ser membrudo.
O que vai a seguir é um pequeno relato de algumas das estupendas aventuras vividas pelos amigos inseparáveis a procura da supracitada boceta panacéia, aquela capaz, se não de por fim a todos os males do mundo, pelo menos devolver a um deles a felicidade completa, que só é alcançada quando se encontra o amor mais puro e ao outro a riqueza e a realeza, na posse da qual, como todo o homem sabe, é muito mais fácil foder.
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