II – O dia em Zé Priquito quase perdeu a pimba
Zé Priquito estava de olho em uma costureira velhusca que tinha fama de nos tempos de moça gostar muito de um cacete, razão pela qual o incauto se imiscuiu no lar da pobre mulher para depois se imiscuir nos buracos dela, mas não coloquemos os carros na frente dos bois.
Pois as coisas não foram tão fáceis assim, uma vez que ele teve que se tornar amigo de um dos filhos dela, para só depois encomendar uma calça. O custo também não foi dos menores, pois ele teve que comprar o pano da calça e pagar umas meiotas para o “não tão queridinho da mamãe”.
Contudo, como aquilo que tem que acontecer tem força, certo dia de segunda-feira a tarde, Zé Priquito foi tirar as medidas da calça e a costureira estava em casa sozinha e nosso homem de mil sorriso resolveu que aquela seria a hora do golpe na pobre viúva necessitada de homem. Muito simpática e solícita a mulher parecia que ia entrar na brincadeira, razão pela qual, Zé Priquito, que não gosta de usar cuecas deixou caiu as calças que usava enquanto a costureira tirava as medidas e com um ar indizível de safadeza perguntou se ela havia gostado das medidas.
Ela disse que sim e pediu que ele aguardasse só uma coisinha, enquanto remexia uma gaveta. Zé Priquito achou que era algum brinquedinho sexual, mas eis que a mulher o surpreendeu com uma enorme tesoura que por um triz não cortou o parque de diversões do amaldiçoado de Pataliputra, porém, instintivamente ao perceber o perigo e o olhar tresloucado da mulher que logo começou a gritar:
- Agora você vai ver o quê é bom pra tosse seu cabra safado!
Zé Priquito desembestou em uma carreira para o quintal, onde com o pau mais mole que geléia de mocotó e mais encolhido que umbigo de muriçoca, foi recebido por um enorme cachorrão com os dentes afiados. Sua única chance foi então subir para um enorme pé de sobreiro e permanecer lá o tempo suficiente para acalmar os ânimos.
Acontece que a costureira indignada com aquele atrevimento, fez um escândalo tão grande, que em pouco tempo a vizinhança inteira estava no quintal da mulher. Foi tanta gente em tão pouco tempo que Zé Priquito acreditou que eles vinham de debaixo da terra, porém o pior foram as piadinhas dos homens sobre sua bunda branca e as ameaças das mulheres de cortar o mal pela raiz.
Pobre Zé Priquito, que por causa de um priquito quase perdeu o pau não fosse a intervenção de Chico Rola, que convenceu a costureira de que toda aquela humilhação já era castigo suficiente para o superlativo safado que, mudo, nu e de pau mole não agüentava mais sentir a brisa daquele entardecer direto no seu rabo e as formiguinhas de fogo mordiscando suas “partes” e pior, o rego e as beiradas do butico.
Mesmo assim as tensas negociações com a viúva costureira levaram o resto da tarde, de modo que apenas quando anoiteceu e a fome bateu no bucho dos curiosos é que Zé Priquito desceu da árvore e todo inchado vestiu as calças. Contudo seu sossego não durou muito, pois quando estava a caminho do quartinho onde dormia, o dono do lugar veio avisar que o filho da viúva, informado do acontecido estava o esperando na esquina para lhe tirar satisfações e os bagos também, ou seja, definitivamente aquele não foi um bom dia para o nosso herói.
Porém, como ele diria sempre: “por uma boceta vale tudo, até apostar o cu”, mas, diria Chico Rola mais cauteloso: “quem tem cu tem medo”. E tem mesmo.
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