terça-feira, 29 de dezembro de 2009

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Panetone do Arruda, dá mais sorte e dinheiro do que trevo de quatro folhas.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Manifesto niilista

Se ao que busco saber nenhum de vós reponde, os abandono a todos, os ultrajo e choro, que já é noite e ninguém vê. Quem disse isso? Não sei, não lembro, essa massa de inutilidades encharca o meu cérebro como álcool, eu morro, eu desfaleço, como qualquer um e já não me serve a idéia de Deus, de nenhum deus antigo, nem dessas deusas novas que tentaram tomar, como titãs delicados, o céu; razão, ciência, revolução, de que me vale tudo isso? Todas elas exigem sangue, holocaustos, não de animais, mas de homens e todas elas sucumbem aos demônios coloridos do poder, do orgulho, do dinheiro. Não te falaram que todos os profetas morreram e ao contrário do que dizem, não deixaram descendentes, não te disseram, que a revolução mudou apenas o nome dos tiranos e que a pobre ciência cresceu a custa da angústia, da descrença. Eu não te amo, medíocre e esplêndida vida que tenho, mas de que adianta morrer, não há ganho em te perder, não morreria por nada, nação, crenças, idéias, valores, paixão, tudo passa debaixo do sol, tudo é vaidade, como já dizia Jesus, não o filho de José, mas o filho de Sirac, que viveu antes dele e que não o anunciou, não, eu não sou um crente da descrença, os que crêem vivem melhor, não, eu não acredito no suicídio, eu debocho de todos os suicidas, por que nasceram com pouca fibra, ou com excesso de coragem, não vale a pena morrer, não adianta enlouquecer, as drogas todas não ensinam nada, são confeites para crianças cada vez menos crescidas e os mais velhos sabem tanto quanto qualquer um. Não acredito tanto assim no dinheiro a ponto de não crer em todas as cotidianas formas de malignos carcinomas, que semeiam a morte, sem um mínimo de consideração social e o sexo, o sexo é divertido, mas como eu não sou príapo não dura tanto assim e nem sobra a arte, a arte não é nada demais, é só outra forma de viver, ao mesmo tempo longe e perto daqui e já não falo do amor, que se desfez em versos e não resiste ao tempo e por fim já não creio no tempo, pois sou eu que passo, eu que envelheço, creio em mim, mas eu não existo, todo o dia me reinvento, me extravio, me perco e só a noite me encontra a vomitar sandices, como estas, pois não creio em nada do que disse, ou só cri a um segundo atrás, não, não creio na descrença, mas acho bela aquela flor rosa pálida, que varreu Hiroxima com sua voracidade de antibiótico e não há por que não reparar beleza no que disseram os molestadores da lua e nos profanadores da guerra, que me roubaram o sagrado direito de matar, sim, por que se não morreria por nada, também por nada mataria. Assim, o que fazer quando a carne reclama que eu espanque até se exaurir as forças dos meus braços, qualquer um que me roubar a paz, que me tirar do sério? Todos esses anos de civilização me emascularam e o que é a civilização senão a forma vitoriosa da barbárie, que por ser a mais bárbara triunfou? Os reis do oriente punham o pé direito sobre a cabeça curvada dos reis vencidos, depois mergulhavam esse mesmo pé no sangue do inimigo morto; os apaches tiravam o couro cabeludo dos inimigos, cortavam-lhe o pênis e o colocavam na boca do castrado; os endinheirados de hoje deixam morrer a mingua qualquer um que não tenha um cartão de crédito, esses são invisíveis, importunos e inúteis, a existência deles chega a ser um crime, assim qualquer conduta deixa de ser criminosa, se aplicada a esta humanidade dispensável, a essa não humanidade, que insiste em existir, sendo útil apenas como fornecedores de órgãos, de sexo e de auto-estima, àqueles que vivem no aquário das suas vidas bem guardadas, onde um Deus de luz e plástico lhes diz com base em pesquisas científicas, quando devem casar, a que horas devem dormir, quantos quilos devem pesar, e o que vestir, o que comer, o que fazer para sempre parecer feliz. A felicidade é uma exigência que várias pílulas multicoloridas prometem trazer, se não a felicidade em si, tão fugidia, sua aparência. Há receita para tudo, um adulto entre trinta e quarenta anos deve fazer sexo três vezes por semana e masturbar-se uma vez, esse é o ideal, assim fazem os famosos, novos deuses do Olimpo, que por terem a vida filtrada por lentes, parecem viver uma vida mais intensa que qualquer mortal, porém isso é o que eles não são, são divas, ídolos, deuses, que de uma ora pra outra, veja você, morrem, tem diarréia nervosa, câncer, medo, visto de perto são iguaizinhos, arrotam e peidam e peidam merda mesmo e não perfume e é tão desagradável sentir o peido de uma dessas celebridades, quanto de qualquer um. É certo que nem de tudo é possível fugir, por exemplo, da escola, que é uma forma de ocupar o tempo dos jovens com conhecimento inútil, afinal se você não quer ser matemático, crítico literário ou historiador, não é muito relevante saber calcular um polinômio, saber identificar um hipérbato na primeira lida e sem titubear ter em mente o nome do terceiro imperador romano do oriente, ou do segundo que seja, porém, em última instância, o responsável por sua vida é você mesmo, não é a família, não são os amigos, não é a igreja, ou a falta dela, o estado, a mídia, deus ou o demônio, o responsável é você, ninguém convence ninguém, você é que se deixa convencer, contudo é difícil aceitar essa verdade incontestável, só você é o responsável pelos seus atos, cada uma das suas alegrias é uma faca de dois gumes, porém o quê digo aqui, acaso sou algum moralista inglês, ou um padre de paróquia do interior a vociferar pelo pano de menos na saia das moças? Vão todos para o diabo, sozinhos e calados ou juntos, que talvez seja mais divertido, o que sei é que as vezes preciso de silêncio e solidão e outras de convívio e companhia, como já dizia aquele alemão que morreu de tanto pensar, contudo meu pai sempre me alertou “de tanto pensar morreu um burro”, depois o que sei eu da vida, não sei nem mais nem menos que qualquer um, por isso ignorem tudo o que eu disse, pois escrevo agora não com o intuito de mudar o mundo, já perdi as ilusões que tinha de me tornar rei, escrevo apenas por não ter o que fazer e estar indisposto, afinal de contas nenhuma filosofia existiria se as mulheres fossem mais disponíveis, assim não tenho nada que preste a dizer e muito menos a ensinar. Vão todos para a puta, a grande puta fodedora que os pariu.

domingo, 20 de dezembro de 2009

A noite da esperança peregrina

Hoje creio em deus, só e apenas hoje creio em deus. Ao escrever estas linhas estou levemente embriagado com três taças médias de um vinho ruim produzido no Rio Grande do Sul, mesmo assim creio em deus, mas não creio nos homens.
Uma música de não muito longe chega aos meus ouvidos fatigados de ouvir. Há sempre alguma música na noite de natal, noite feliz, noite da estrela peregrina e do nascimento do nosso senhor Jesus Cristo, nosso pai e irmão. Dizem os padres mestres que nasceu e dormiu o primeiro sono em uma manjedoura, que servia, quem sabe, de coxo para os cavalos ou os burros do lugar e nasceu ali para mostrar aos homens que a riqueza é oca, que ser rico não é o mesmo que ser nobre, que ser bom.
É nesse deus que eu acredito, não naquele que, dizem, habita o Vaticano, ou aquele deus exclusivista, que só é dos escolhidos. O meu deus viveu entre os publicanos, as meretrizes, os cobradores de impostos, os soldados, os pescadores, é esse o meu deus, não aquele que busca império, poder e glória, porém a mensagem desse deus foi esquecida, silenciada.
Oh deus, meu deus que é manso como um cordeiro, perverteram a tua palavra, tu és deus de toda a vida e não de um só dia. Então por que exigem que sejamos perfeitos e felizes só por uma noite? Só por um dia? Todos devem ser felizes no natal, não sê-lo é um sacrilégio, mesmo que seja uma alegria triste, uma não alegria. Hipócritas, hipócritas, cem mil vezes hipócritas, vocês não vêem o mal que fazem as crianças, aquelas que em seus casebres sofrem por se sentirem esquecida pelo Papai Noel, mas se não me engano hoje é a noite do deus menino e não de um velho que vem dos confins do mundo e sempre esquece Aninha, que pensa que é por que nasceu no lugar errado, por que nesse país não neva e muito menos essa época do ano; porém não pensa assim Kate Maria que sofre por que os pais não podem dar o presente que ela quis e sofre ainda mais por que percebeu que os pais sofrem por não poder lhe fazer o agrado que merece, menina boa e estudiosa que é, não podem também comprar perus congelados, aqueles cevados no quintal não servem; não podem comprar panetone, que ela ao provar, uma vez só, na casa da tia rica chamou bolo de caroço.
Meu deus em que creio hoje, chego a conclusão que vieste ao mundo para vender perus, panetone, queijos e vinhos e não para salvar as almas. Se não é assim teus ministros, ortodoxos ou dissidentes, venderam a alma ao diabo, dono de uma agência de publicidade, ou sofrem todos de pachorra, de apatia, degeneram tua mensagem em palavras que são apenas cascas e já não tem a propriedade de comunicar, mas apenas a de dizer uma barafunda que ninguém mais presta atenção.
Senhor meu deus em que creio hoje com todas as minhas forças e meu porre de vinho ruim eu vós invoco, é ora de voltar, é ora de nascer de novo, não para os grandes, não para esses bispos tarados, esses pastores ladrões, esse governantes cretinos, que dizem teu santo nome em vão, é ora de nascer de novo, como as chuvas de março, é ora de nascer em uma choupana na beira de um rio que fede a merda e não nos palácios do Vaticano, não em nenhuma dessas sinagogas de hipócritas, é ora de nascer de novo, não entre os puros de coração, só eles conseguem te enxergar nesse mundo, mas entre os infelizes, entre os perdidos de toda esperança, para que o teu evangelho seja de novo uma boa nova, uma sublime canção no espírito dos que sofrem e não um velho soneto que de tão gasto não diz mais nada e pode dizer qualquer coisa.
Eu já não tenho forças nas mãos, maldito vinho, eu seria feliz se essas crianças de rua, se todos aqueles que sentem a barriga roncar e os dentes rangerem de ódio te vissem surgir no céu, não puxado por renas, mas em ventania branda, em uma brisa de manar celeste que enchesse a todos de pão e paz. Deus em que eu creio perdoe a todos que eu magoei nesta noite e me ajude a ser bom, mesmo que eu não mereça, mesmo que eu nunca saiba.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Pirão de pobre

Crendice

Quem disse que arruda dá sorte?

Padrão de qualidade

Uma coisa é certa, os PM têm o mesmo comportamento no Brasil inteiro. São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, São José da Lagoa de Roça. A eficiência é a mesma. Os lombos dos manifestantes que o digam.

Campeão café com leite

Enfrentando dois times reservas nos dois últimos jogos é fácil ser campeão.

Festa

Nas comemorações pelo título do campeonato brasileiro a torcida do Flamengo brigou entre si. Nada mais natural, urubu gosta mesmo é de carniça.

Hóspede

O Zelaya ou Celaya vai deixar a embaixada do Brasil, vai precisar de um lugar para passar uns tempos. Alguém se dispõe a ajudá-lo?

Em breve nos cinemas

Lula, o filho do Brasil e FHC, o pai do Brasil.

Maldade

Fiquei triste, mas não estranhei a morte da atriz e eterna professorinha Leila Lopes, afinal qual a originalidade da história de uma professora que enlouquece e morre fudida?

Aquele que se foi

Lombardi morreu, será que agora o Silvio Santos vai ficar mudo?

Similitudes

A PM e a polícia da Dinamarca tem alguma coisa em comum.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Entre pizzas e panetones

Pois é, o Brasil caminha a passos largos e vigorosos para o primeiro mundo. Os pobres estão saindo da merda, não há dúvida, no Distrito Federal vão substituir até o velho pãozinho francês por panetone. E não adianta a secretária de Estado norte-americana ameaçar os países da América Latina que andam flertando com o Irã, afinal eles vão fazer o quê, bombardear Buenos Aires?
É mais fácil o filme “Lula, o filho do Brasil” ganhar o Oscar. E caso você não acredite nessa possibilidade, cético leitor, lembre-se que o homem que ganhou o prêmio Nobel da paz é o Comandante em chefe de duas guerras e que no discurso em que agradeceu pela honraria defendeu a curiosa tese de que é preciso fazer a guerra para conseguir a paz. É mais ou menos como defender a baitolagem em nome do puritanismo sexual, porém como é fácil ser viado com o rabo dos outros, vamos mudar o rumo dessa prosa.
Vamos falar de Honduras e do homem do chapelão que ainda está aboletado na embaixada brasileira. Que papelão para o Itamarati? Agora querem despachá-lo para o México, também com que moral um país critica as eleições de Honduras depois de elogiar as do Irã? O presidente da Costa Rica está certo, mas, escrevendo sobre este país de impetuoso progresso, eu acabei voltando ao mesmo assunto. Não importa, o que importa é viver, apesar das músicas do NXO, das perucas da Dilma Roussef e dos irresponsáveis de Copenhagen.
O mundo esquentando mais do que pano de cuscuz e os donos do mundo brigando para economizar tostões, tostões sim, por que se as coisas continuarem como estão o fim do mundo é logo ali na esquina e pior, em toda esquina, seja na China, em Nova York, na Conchinchina ou em Brasília, onde dizem que elas não existem.
Falar em Brasília, o Supremo Tribunal Federal, utilizando uma desculpa técnica qualquer, não suspendeu a censura que impede o jornal “O Estado de São Paulo” de noticiar os desmandos do filho do Capitão-mor do Maranhão, quer dizer, do Amapá, ou seja, o judiciário brasileiro continua sendo habitado por nefelibatas contumazes.
Já o PT, que realizou eleições internas, essas, sem dinheiro não contabilizado, renovou sua executiva, explicando melhor, houve o retorno de muitos mensaleiros a executiva do partido e para quem ouviu as declarações de Lula sobre as imagens do mensalão dos Democratas não restou dúvidas que de fato ele sabia do mensalão do PT, mas o povo empanturrado com as esmolas do Bolsa-família não está nem aí, ainda mais com o Bolsa-celular chegando.
É o suborno institucionalizado, até os gays receberam o Bolsa-vaselina e se eu fosse aposentado começaria o movimento pelo Bolsa-viagra, mas deixemos o Lula em paz porque bem ou mal ele está tirando os pobres da merda, apesar de que com as enchentes a merda sempre volta, mas isso é outra história.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

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Pau de dar em doido segurança de valores.
Nessa você pode confiar.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Eu e o tempo contra todos

Minha revolta é inútil por que ninguém ouve e ninguém presta atenção, mas quem sabe um dia, quem sabe?
Por enquanto sigo sozinho como um Dom Quixote ridículo, como um profeta, um profeta não, um maluco e envelheço.
Já não consigo entender a ternura.
Porém como sou teimoso, ridículo, mas que ridículo, obtuso, sigo no mesmo caminho, que segue me levando a lugar nenhum, mas quem sabe um dia, quem sabe?
Nessa esperança sigo lutando contra os moinhos de vento, contra a hostilidade do mundo, a estupidez que pinta o céu de azul e as mediocridades satisfeitas que nunca entendem nada.
Contra os governos, todos eles, que os governos estão sempre no poder e contra os anarquistas.
Contra a morte, mesmo que não adiante. O que importa é a luta.
Tenho um apuradíssimo senso de tragédia. Quem sabe um dia não mate o rei, não o mate em praça pública e sem derramar sangue.
Niilista confesso e por isso mesmo crente apenas na beleza do suicídio, desde que não esteja chovendo, que não haja poesia e que só existam mulheres feias, tolas e burras.
Meu coração não tem juízo.
Meu cérebro perenemente intoxicado não de meta-anfetamina, mas de versos. Meus olhos sempre ciosos de espanto. Minha atenção para o insólito que se esconde por traz do trivial, me deixa sempre ocupado, sempre alerta para ver surgir o monstro ou o anjo onde todos só enxergam grama, mas o mundo não me entende, me ignora.
Gente embrutecida já não compreende a beleza, a estupidez é uma epidemia que ameaça o mundo.
Por isso sou contra todos os que bebem coca-cola, contra todos os que bebem água. Contra os ditadores e os democratas. Contra os pervertidos e os puros de coração.
Meu evangelho não está escrito. Meu evangelho é música.
Meu pão é o que não existe, o que está por vir, mas por enquanto minha dieta é de rins de bois torrados e suco de caju. As mulheres infelizmente me recusam a prisão dos seus ventres e eu sigo faminto e só.
Meu coração é um poço profundo onde repousam águas há muito tempo estagnadas.
Contra o sol e contra lua e, sobretudo, contra tudo o que não seja verdadeiro. Infelizmente meus amigos estão longe ou já morreram há muito tempo, mas quem sabe a morte não seja de fato o fim?
Minha esperança.
Contra o amor e contra o desamor, mas, sobretudo, contra essa gente de mentira que irá apodrecer antes do fim mundo.
Meu coração é um lugar de trevas, onde até a luz envelhece.
Quando eu era criança o teu rosto parecia o de uma fruta madura e o meu desejo era bom como um tiro certeiro no olho esquerdo de uma menina má.
Contra os vegetarianos e os bêbados.
Contra a rosa que os poetas mataram. Contra Deus e o pobre diabo que divide comigo a manga verde, o sal e o copo americano cheio de cachaça ordinária.
A vida não vale a pena, mas o que fazer, não vou morrer de delicadeza, por isso vou ficando cínico e seco, como um velho sátiro, como o demônio com quem discuto a desordem, o desconcerto do mundo, que Deus abandonou desde o primeiro pecado.
Mas triste do que eu Adão, que pouco depois de nascer, já foi abandonado.
Deus é isso, uma mãe desnaturada, que nunca tem tempo para os seus filhos.

sábado, 21 de novembro de 2009

O homem que virou verbo II

Dom Quixote de La Mancha: Personagem do escritor espanhol Miguel de Cervantes Saavedra, que por seu caráter bondoso e pouca razão, deu origem ao adjetivo quixotesco, que caracteriza aquele que luta por algo impossível e ao substantivo quixotada, o mesmo que realizar uma ação por idealismo, sabendo de antemão que ela não atingirá o fim desejado.

Madame Bovary: Personagem do escritor francês Gustave Flaubert, que por trair seguidamente o marido, deu origem ao substantivo bovarismo, o mesmo que leviandade, desfaçatez, dissimulação e safadeza das grossas.

Nicolau Maquiavel: Escritor, diplomata, político e historiador florentino, que por ter escrito um dos livros mais influente do mundo, O Príncipe, em que ensina como os governantes devem agir para se manter no poder, sem qualquer justificativa moral, deu origem ao adjetivo maquiavélico, ou seja, vil, dissimulado, astuto, ardiloso, feminino.

Onã: Segundo o livro dos gêneses, filho de Judá, que, ao ser obrigado a desposar Tamar, a esposa do seu irmão mais velho, Her, conforme o costume do levirato, desperdiçou seu sêmen na terra, ou seja, praticou o pouco eficiente coito interrompido, para não gerar um descendente, que perpetuaria a memória do seu irmão, pois para isso servia o costume do levirato, garantir uma descendência, um nome, a homens que morreram casados, porém sem filhos, ficando tal encargo para o seu parente mais próximo. Pelo ato acima narrado Onã foi morto por Deus, e deu origem ao substantivo onanismo, e por causa de maus exegetas e tradutores, passou a história como o primeiro masturbador, pois onanismo é o mesmo que masturbação, punheta, bronha e sola.

Cláudio: imperador romano que sofria de um fluxo corrente de catarro que descia do nariz até a boca, era casado com Messalina e ao contrário dos césares anteriores, não era bissexual, gostava apenas de mulher, não era a toa que casara com uma devassa, deu origem ao verbo claudicar, pois mancava da perna.

Cristina Prochasca – Atriz e bela mulher, cuja voz rouca das ruas atribuiu a seu singular sobrenome alguma similitude com a palavra xavasca, termo chulo que designa o órgão sexual feminino, daí porque hoje prochasca é sinônimo de xoxota, mas não de uma xoxotinha qualquer e sim de uma mega, ultra power xiranha de assombrar menino e matar fresco de susto.

Ronaldo Nazário de Lima – Lendário jogador de futebol brasileiro, eleito melhor jogador do mundo por duas vezes e um dos grandes responsáveis pelo pentacampeonato da seleção brasileira em 2002, na Coréia/Japão. Isto depois de ter se recuperado de uma grave lesão, que para muitos o afastaria do futebol definitivamente. Em 2008, outra vez contundido resolveu contratar três travestis para animá-lo. Não deu muito certo e ele acabou nos noticiários. O episódio foi largamente explorado por humoristas, piadistas de ocasião, invejosos e engraçadinhos de todo gênero, tanto que deu origem ao termo “ronaldagem”, ou seja, furicagem, sacanagem com travestis. A partir da final da copa de 98, o nobre atacante foi também responsável pela popularização do termo amarelar, para os quais também contribuíram outros grandes nomes do esporte nacional como Daiane dos Santos, Jadel Gregório, Bimba, João Derly e Diego Hypólito.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Feijoada completa

Roberto, o Requião

O renomado cientista paranaense Roberto Requião, vulgo Maria Doida, aquele mesmo que em encontro com o presidente Lula provou o gosto de sementes de mamona, assegurou que o aumento do número de casos de câncer de mama é o resultado das paradas gays. Eu concordo, e o aquecimento global também é culpa desses baitolas.

O duende verde

Obina pode não ser melhor que Eto, mas é melhor que o Vagner Love.

Mistérios

Entre malas brancas e malas pretas o Brasil não deixa de existir.

Enquanto isso no feudo do coronel Berlusconi

Os travestis brasileiros, também conhecidos como mulheres transgênicas, seguem fazendo vítimas. Que o diga aquele famoso político que sonhava ser primeiro-ministro, filmado com... Bem, é melhor não comentar.

Que vergonha

O governador Aécio Neves, governador de Minas Gerais, encheu os cornos de cachaça e deu uns safanões na namorada em público. Isso é coisa que se faça seu Aécio.

Unibambi

O Falcão é que tem razão, se os cornos do Brasil não se unirem, em pouco tempo os viados vão tomar de conta dessa merda.

Todo poderoso

Olha que um raio, um raiozinho só, apagou o Brasil. Se fosse uma tempestade o Brasil tinha sido posto fora do mapa.

domingo, 1 de novembro de 2009

Especulações

O saci é de fato um monstro bem brasileiro. Monstro é força de expressão, pois, na ainda não tão velha terra de Santa Cruz, os monstros de verdade costumam usar terno e gravata e morar em mansões no lago sul, mas, voltemos ao saci.
O saci é uma síntese do Brasil, pena que seja tabagista nesses tempos politicamente corretos. O moleque atrevido, diabo bonzinho, vive na floresta, é negro como um tição e traz na cabeça um barrete, símbolo da liberdade.
É verdade que com a destruição contínua e ininterrupta da Mata Atlântica muitos deles já entraram com a papelada para conseguir uma bolsa-floresta, ou melhor, uma canastra-floresta. Caso não sejam atendidos engrossarão as fileiras do movimento dos sem-terra ou se mudarão para os EUA.
Os sacis assim como o Monteiro Lobato têm simpatia pela América do Norte.
Falar nisso os norte-americanos resolveram falar grosso com o governo “de fato” de Honduras e a crise parece se esvaecer como fumaça de cigarro. Certas coisas demoram a mudar. A inércia é conservadora. E as elites latino-americanas morrem de medo do tio Sam.
Quem diz não ter medo dos gringos de mierda é o aprendiz de Juan Vicente Gomes que atende pelo nome de Hugo Chávez. O grande higienista e criador do socialismo bolivariano não deve nunca ter lido a conhecida frase do Libertador: “A manutenção da autoridade nas mãos de um mesmo indivíduo foi frequentemente o término de governos democráticos. As repetidas eleições são essenciais nos sistemas populares, porque nada é tão perigoso quanto deixar um mesmo cidadão permanecer longo tempo no poder. O povo se acostuma a obedecer e ele se acostuma a mandar, do que se origina [...] a tirania.” Certas coisas só são possíveis na América Latina.
Falando nisso o Mojica, dizem as más línguas, irmão do Zé Caixão, deve ser eleito presidente do Uruguai, país cuja maior façanha foi ganhar a copa de 50 no maracanã, mais nada. Os orientais teriam tido um futuro melhor caso estivessem permanecido sob a tutela do Brasil ou se nós tivéssemos vencido a guerra da Cisplantina, contudo como ninguém deu importância ao conflito, o resultado veio mais de um século depois.
Bem que minha avó dizia. Tudo tem conseqüência. Menos para o Sarney e sua prole, mas cuidado com o boi barrica que não é a cuca, mas pega.
O quê pega também é a gripe suína que promete barbarizar no inverno do hemisfério norte e assim fazer a fortuna dos laboratórios dos Estados Unidos.
Já em solo tupiniquim o verão, embora os noticiários insistam em chamar de primavera, começou a fazer suas vítimas. No norte do país o sol anda cozinhando os miolos dos pedestres incautos, no sul, as chuvas repentinas e intensas já começaram a matar.
Em Brasília, enquanto o Sarney se safa, os sem-terra, acusados de assassinar indefesos pés de laranja; um ato sem dúvida covarde e ultrajante, por que as laranjeiras não tiveram chance de defesa, são a bola da vez.
Quem tem medo da Kátia Abreu?
Eu não, tenho medo é do Ronaldo Caiado, rebento de uma antiga estirpe de grileiros de terras e matadores do Estado de Goiás.
Porém qualquer coisa eu chamo o super Carlos Minc para me salvar. Eu disse salvar.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

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Vendo imóveis baratinhos na cidade de Ilhota, vale do Itajaí, Santa Catarina, é baratinho mesmo, eu aceito até vale-refeição. Telefone: 92368695. Não deixe de ligar.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

El quijotesco Don Quijote de la Mancha

Llovía mucho. Eran ya cinco de la tarde y yo estaba agotado después de trabajar cuatro horas seguidas leyendo pesados documentos del siglo XIX. En esta época hacía una encuesta sobre esclavitud en la Ciudad de la Paraíba. Del archivo donde estaba hasta el punto de autobús tenía que caminar diez minutos. Salí cuando la lluvia parecía parar, pero en medio del camino empezó a llover muy fuerte y yo no había llevado este odioso objeto que es el paraguas, entonces busqué algún sitio donde abrigarme. Las tiendas ya estaban cerrando sus puertas y el único punto abierto era una pequeña casa donde se vendían libros usados. En aquel momento, la ultima cosa que quería ver en mi vida eran libros, aún más aquellos antiguos, cubiertos de polvo. Pero, entre la lluvia y los libros, entré en el sebo. Un hombre gordo, totalmente calvo y de bigote negro me dijo:
- Puedes entrar, solamente cerramos a las siete.
- Puedo mirar los libros.
- Sí, la casa es tuya
El hombre podría decir, muy apropiadamente, que la casa era mía, de las polillas y de los ratones, pues aquel era el sebo más sucio que había visto en mi vida.
Libros, había por todos los lados. Me llamó la atención que los libros de los ultimos estantes de las estanterías, estaban metidos en sacos de plásticos. No entendí por qué, pero en cuanto una gruesa gota de agua cayó en mi cabeza percibí que existían muchas goteras y que el hombre, en vez de encajar mejor las tejas, ensacaba los libros más cercanos del techo y de las goteras.
Empecé a mirar los lomos de los libros, tan pronto como uno de ellos me llamó la atención, como si dijera – Mira – Era un gran libro rojo, encuadernado. Cuando lo saqué, en la capa no había nada escrito. Lo abrí y en la primera página que vi había un dibujo, algo fantástico, que parecía una mezcla de xilografía nordestina, de estas que estampan las capas de los folletos de literatura de cordel, con alguna cosa del surrealismo. Al mismo tiempo sofisticado y sencillo. En el dibujo un hombre flaco leia atento, absorto y exaltado, por que conseguía, expresar al mismo tiempo las tres cosas. Pienso que sí el dibujo fuera de colores seria sin dudarlo rojo. El hombre, calvo y con una perilla, tenía el libro en una de las manos y en la otra una espada. Estaba sentado en su trono duro de madera, no obstante, era soldado y emperador en su mundo, pues estaba cercado por toda una fauna fantástica de monstruos, caballos, caballeros, damas, lanzas, escudos, dragones, ratones alados y libros esparcidos por el suelo. Sí, aquel hombre sentado junto a la ventana era el emperador enloquecido de algún reino, mismo que por él tal imperio hubiera sido creado.
El hombre, y no era necesario otra mirada para decirlo era Don Quijote de La Mancha, el caballero de la triste figura, de la misma manera como yo tenía imaginado cuando leí una edición para jóvenes, de la novela española mas conocida en el mundo.
En aquel momento tenía en las manos una edición antigua y completa de la obra, que desde los doce años quería leer. Tomé la decisión de comprarla. La lluvia ya había parado y yo me había olvidado del tiempo. Ya eran seis horas y oscurecía. Fui hasta el hombre de bigote:
- Cuanto és ?
- No mucho, veinte reales.
- Y acaso és encuadernado en oro.
- Bien, entonces te lo vendo por quince.
- No, es muy caro. Te doy cinco reales por él.
- Diez, diez es un buen numero, un número entero.
- Seis.
- Ocho, pues es Don Quijote.
- Un Don Quijote viejo y sucio. Siete.
- Viejo y sucio como el personaje. Ocho y vete de aquí.
Yo compré el libro y lo compré barato, pero no empecé a leer aquella noche, estaba agotado. Solamente empecé una placentera batalla con las seiscientas páginas del libro algunos días después. No obstante, siempre que abría el libro miraba el dibujo que había visto por primera vez en él sebo. Pensé que el gravador era español, solo podría ser español, pues aquel dibujo, era del Don Quijote, tal y como naciera y viviera en algún pueblo de la Mancha. Sin embargo, el dibujante tenía extrañamente nombre francés. Fui entonces pesquisar en la biblioteca y en la internet. Descubrí que el gravador no era español y tenía nombre francés por que era francés, Gustavé Doré, que empezó a trabajar con quince años en 1847, cuando su padre murió y él tuvo que sustentar con su talento de dibujante a su madre y a uno hermano. El primer libro que ilustró, aún muy joven y sin estudios académicos, fue Los Doce Trabajos de Hércules, después vinieron otros; El Paraíso Perdido, La Divina Comedia, La Biblia Sagrada y Don Quijote. En toda su vida hizo 9850 ilustraciones. No dibujó todo, como quería, pero casi todos los grandes autores de la literatura mundial que escribieron hasta su época, tuvieron una edición en que constaban sus dibujos.
Gustavé Doré no era apenas un ilustrador, él recreaba con tinta las historias que los escritores contaban con palabras. Tanto es así que la representación que la gente tiene del Quijote es igual a de que él creó, o sea, un Don Quijote romántico, símbolo de la libertad desvanecida.
Sin seguir los modelos de las novelas de caballería, Doré dibujó, así como un niño, un Don Quijote al mismo tiempo infantil y sabio, triste, intenso y patéticamente humano, envuelto, en una atmósfera onírica, de lirismo y melancolía. Doré puso en la expresiíon del Caballero de la triste figura las dos caras de la locura, la cómica y la sombría.
De este modo Doré y los románticos vieron en Don Quijote no sólo al cómico, sino lo que escapó a los lectores contemporáneos de la obra. O sea, lo que existe de verdad y belleza en este viejo loco, que estúpidamente bondadoso cree ser posible vivir aventuras y pelear contra la maldad para ofrecer un mundo mejor para su dama, Dulcineia del Toboso.
La imagen de un hombre libre, incluso por la locura, que trae en si el don y la desgracia de la libertad, es la que el romanticismo vio en el caballero de la Mancha y es esta la que también traigo en la mente. Creo que no es por acaso que en español y portugués Don Quijote se hizo adjetivo. Quijotesco/Quixotesco es el hombre que lucha con tenacidad por algo imposible, un hombre que cree en la utopía.
Quijotesco viene mucho más de la lectura romántica del Quijote, que las otras hechas por los movimientos artísticos anteriores y posteriores al romanticismo. Lectura que Doré, el gravador del pueblo, ha hecho accesible a todos, incluso para los que no saben leer. El romanticismo y Doré hicieron del caballero de la Mancha, un personaje aún más universal. Personaje que a pesar de manchego nunca es extraño, nunca es el otro, nunca provoca rechazo, sea para un chino, sea para un brasileño que nunca lleva paraguas y corre el riesgo de lo encontrar cuando espera la lluvia pasar.

Borges Maradona

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

O homem que virou verbo I

Paulo Salim Maluf: Político brasileiro, mais precisamente paulista, celebrizou-se pelas infinitas acusações de corrupção, deu origem ao verbo malufar, o mesmo que roubar, mas roubar muito, muito mesmo.

Clóvis Bornai: Figura importante do carnaval carioca, destaque em várias escolas de samba e vencedor de inúmeros concursos de fantasia, segundo voz corrente era homossexual e deu origem ao substantivo bornai, que significa o mesmo que ânus e a expressão “dar o bornai”, o mesmo que dar o cu, ou seja praticar o coito anal, sendo o passivo da relação.

Messalina: Romana, esposa do imperador Cláudio e famosa por seguidamente trair o marido com qualquer um, fossem escravos ou senadores, deu origem ao substantivo messalina, o mesmo que prostituta, quenga, puta e rapariga safada.

Larápios: Juiz romano, que por tanto vender sentenças deu origem ao substantivo larápio, o mesmo que ladrão.

Antino: amante do imperador romano Adriano. Morreu ainda jovem, afogado no Nilo, provavelmente empurrado pelo amante mais antigo e ciumento do imperador, que por certo não queria perder o seu lugar. Não adiantou, Adriano nunca esqueceu o seu belo Antino, tendo mandado fazer centenas de estátuas do seu amor, que distribuiu por todo o império, e que até hoje são encontradas. Assim, por causa dessa história tão bela, Antino é sinônimo de Gay, bicha, fresco, viado, baitola e maricão. Antino, o canequeiro mais lembrado do Ocidente.

Luís Inácio Lula da Silva: Líder sindical de São Bernardo do Campo, fundador do partido dos trabalhadores, deputado federal e Presidente do Brasil, durante a sua primeira gestão a frente do cargo, o governo foi acusado de uma enxurrada de denúncias de corrupção, que atingiram figuras chaves do primeiro escalão, entre eles, aliados, petistas, amigos e familiares do presidente. A todas as denúncias, Lula respondeu constrangido dizendo que não sabia de nada, mesmo quando a corrupção acontecia no mesmo andar em que despachava, o que levou a voz corrente a forjar a expressão, corno-lula, significando aquele corno que não sabia de nada, mesmo quando a mulher o enfeitava de extravagantes chifres, no recinto ao lado de onde ele inocentemente trabalhava.

OBS.: Aqui não vai nenhuma insinuação a ilustre primeira-dama Dona Maria Letícia, que é uma mulher de respeito.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Panelada

Um doce

O governador do Mato Grosso André Pucinelli irritado com as tentativas do ministro do meio-ambiente Carlos Minc de estabelecer regras claras para as plantações de cana-de-açúcar no pantanal disse que o ministro era “um viado fumador de maconha” e que, caso ele aparecesse na maratona do Pantanal ele iria “estuprá-lo em praça pública”. Pouco depois o governador declarou em nota que tudo não passou de uma brincadeira e que não quis ofender o ministro.

Dilema

Pobre povo o de Hondura. Dividido por um ditador e um palhaço.

Confirmado

Ronaldinho não fez lipoaspiração.

Segunda chance

Caso o Zelaya seja expulso de Honduras ele pode abrir uma loja para vender chapéus em Barretos.

Fica a dica

O jornal O Estado de São Paulo segue proibido de noticiar qualquer coisa sobre a operação da polícia federal denominada “Boi Barrica”. Caso algo assim acontecesse com “A mutuca” eu imediatamente publicaria um vasto dossiê sobre o “Boi da cara preta”.

Boa nova

O Rio de Janeiro foi escolhido para ser a sede das olimpíadas de 2016. Os empreiteiros e os políticos estão esfregando as mãos.

Passando o bastão

Mercedes Sosa morreu, mas sua cripto-irmã também conhecida como Evo Morales anunciou que vai começar a cantar profissionalmente.

O eleito

Obama ganhou o prêmio Nobel da paz liderando os EUA em duas guerras. Ano que vem ninguém toma o de literatura da Bruna Surfistinha.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Enquanto não chega o fim do mundo

Viver é perigoso, já dizia aquele mineiro de Cordisburgo e eu assino embaixo, pois se parece que estamos temporariamente livres da gripe suína, das viúvas do Michael Jackson e da caratonha do George W. Bush, não se pode dizer o mesmo dos constantes ataques a inteligência realizados a cada dia por escritores de auto-ajuda, pedadogos pederastas (o quê é um pleonasmo) e assessores especiais para assuntos internacionais da presidência da República, mas o mundo não é mesmo perfeito e para sobreviver é preciso aprender a dar beliscão em azulejo.
Depois, como eu vi uma velhinha, muito velhinha, dizer enquanto fumava cachimbo “é o fim das eras meu filho”. Eu concordo com ela, afinal de contas as profecias estão se cumprindo e já não se distinguem nem as estações do ano nem homens de mulheres.
O mundo anda mais gay que o Clóvis Bornai, embora algumas coisas permaneçam como caspa na cabeça de alguns sebosos. Na Guiné o exército abriu fogo contra a população, isto a céu aberto e para quem quisesse ver; nos EUA ainda se teme o comunismo, porque na terra do “homem que se faz a si mesmo” a maior parte da população acha uma imoralidade que o Estado disponibilize assistência médica para todos. Na minha modesta opinião os norte-americanos não passam de um povo bárbaro, que além de não jogar futebol desconhece a eficiência do nosso sistema único de saúde, é verdade que eu também desconheço, mas isso é um detalhe. Na América Central, mais precisamente em Honduras, mais um golpe ocorreu. Peraí, peraí, isso é diferente, por que o presidente deposto por tentar permanecer no poder voltou ao país e, vejam vocês, está aboletado de mala, cuia e chapelão na embaixada brasileira. Tem graça isso? Eu não acho. Mas aconselho o Celso Amorim a se aconselhar com a nova primeira-dama do Japão, a mulher do et, que pelas declarações que deu é mais sensata que o Marco Aurélio Garcia. Se a solução for na marra o negócio é perguntar para o governador do Mato Grosso do Sul, André Pucinelli, aquele mesmo que prometeu estuprar o ministro do meio-ambiente. Segundo as más línguas o ministro está de viagem marcada para ver se o mato é grosso.
Já o Lula vai para Copenhague defender a candidatura do Rio de Janeiro a sede das Olimpíadas de 2016. Caso ganhe, em homenagem a “Cidade Maravilhosa”, o presidente vai sugerir a inclusão nos jogos do “Tiro Cego”, mas conhecido como “bala perdida”. Seria uma medalha garantida pra nós.

OBS.: Caros leitores provavelmente não escreverei nos próximos meses, pois estou esperando apenas me desvencilhar de um entrave burocrático para viajar até a Venezuela, onde farei um curso rápido sobre “Democracia participativa”. Para mim isso seria um pleonasmo, porém como eles pagarão tudo eu não discuto. É isso, se assim for os próximos editoriais serão escritos pelos novos integrantes do nosso periódico, os irmãos Baiacu.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Anúncios/classificados/patrocínios/apoios

Fã clube do Silvio Berlusconi;
Movimento Eu sou brasileiro e não desisto nunca:
Campanha do mês: Nós acreditamos no Rubinho;
Campanha para a reabilitação do bigode.

domingo, 27 de setembro de 2009

Lamentações de um otário assumido

Pobre terra esta cujo rei é um charlatão e cujos legisladores não passam de negociantes da pátria em busca do bem do pobre umbigo enquanto o povo sorri exibindo os dentes podres satisfeitos com a esmola que cai da mesa dos ricos.
Triste país em que as meninas se depravam aos doze anos e efeminados erigem o coito anal como pressuposto para a realização artística. Em que mães lucram com a virgindade das filhas e homens de Deus adoram Mamon.
Vil nação em que o povo aceita tudo como uma prostituta satisfeita; onde o sonho de meninas pobres é exibir o corpo em revistas masculinas.
Lar de desfibrados, onde os homens vendem a honra por um pouco mais de nada; onde a norma é ser desonesto e a suprema realização é ser Paulo Maluf.
Pátria de covardes onde todos são iguais apenas na safadeza. Portugueses, índios, africanos e seus descendentes. Italianos, alemães, libaneses, japoneses, todos comendo farinha e buscando levar vantagem em tudo.
Berço da preguiça em que para disputar qualquer licitação os empreiteiros precisam calcular a “taxa de consciência” dos governantes de plantão.
Festim perpétuo da mediocridade satisfeita que estampa as páginas dos jornais, as telas azuladas das televisões, as cátedras e as cadeiras das universidades e academias. Em que os artistas de verdade são esquecidos como crianças inoportunas, indesejáveis, por que insistem em falar a verdade, pecado maior para os viventes desta terra.
Feudo dos conchavos, em que o mérito vale sempre menos que as amizades de família, de bar ou de cama.
País impossível em que policiais jornalistas matam para depois exibir na televisão; em que deputados trucidam inimigos com a moto-serra.
Caldeirão de todas as misturas, especialmente as mais espúrias; em que homens ricos foram comunistas e mendigos são ultra-conservadores.
Formoso puteiro que desmoraliza tudo, o certo e o errado, o bom e o mal, o liberalismo, o neo-liberalismo e o comunismo.
Nação inexplicável, em que o povo sente saudades da ditadura e as elites celebram a falsa democracia.
Pátria de todos os equívocos, em que ricos e pobres podem dividir a mesma garrafa de cachaça e até mesmo os sobrenomes tomados de empréstimo, mas nunca as barreiras invisíveis de algumas leis sociais.
Taba em que ainda se oferecem mulheres aos estrangeiros, sejam mulatas ou não.
Lugar e não lugar, onde tudo se não acabar em pizza, acaba na maior de nossas instituições, algo que não existe e não existirá em lugar nenhum do mundo, ou seja, a tão nossa quanto a farinha de mandioca, esculhambação.
Sim, o Brasil não é um país sério é um país ébrio demais para lembrar da Constituição.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Pedralves ou o vaganão contra a busaranha

Não tergiverso, foi nas calendas de maio, devo dizer e digo, que eu, Pedralves, buticayro e cristão velho desta freguesia não vou reparar a máquina do mundo. É certo que não sou nenhum missa-sêca, nem tenho vocação para Cristo. Confesso pois que havia me excedido no dispêndio das águas da Inglaterra e assim, tocado de licor espirituoso soltei os freios da língua e ganhei uma marrada do gamo meu chegado, porém embora me apodem borracho, e seja dado a bevedice cheguei com as minha próprias pernas a botoeira adullo tenho vivenda no dito julgado de Nossa Senhora do Bom sossego. Ainda ouvi a latomia do cuco que resolveu chamar a mulher as falas e só então adormeci, me sentindo tão repleno quanto uma forda e quanto tempo foi isso, já não creio no tempo, pois ao abrir os olhos senti um aperto intenso nos meus companhões suados, que me fez tossir como um infeliz das costas ocas, todavia baixinho, bem baixinho, como um fodidicul e então com voz embargada gritei - Ai, Jesus, pelos pentelhos da virgem santíssima, me socorrei - Blasfêmia, não, eu jamais pedi nada com tamanha fé, pois já trazia os olhos rasos d’água e o peito aos pinotes, destarte Deus que me alumia, estava por certo empatado com outro credor das penas do inferno e da danação perene, e sim, eu vi a busaranha se achegando, enorme, lanzuda, acavalada, oca, palpitante, rubra, encarnada e varão que sou revelo, tornei-me um menio medoroso, que ignora a vida. Na minha fraineza pus-me a tremer qual novilho parido e suar qual ovelha no estio, porém de repente ardido, fechei os olhos e pus-me a lagrimar e rezar para todos os anjos e arcanjos e querubins e serafins que não conhecem medo nem tampouco volúpia, entonces senti um arrepio entre as pernas e me vi sujo como um miúdo, deitei então o birro nas minhas partes pudendas e corri ate a capela para penhorado agradecer a Deus senhor do céu e da terra, em um busparato qualquer da sua casa, pois ainda tremia, à graça que tinha alcançado, e foi assim, nos fundos da sacristia, que o cura me surpreendeu no dia por raiar e tão somente por que alguns vadios me viram assim, inventaram troça, dizendo que eu vira não a busaranha, mas o caralho alado, depois fiz barato da casa e desde então vivo abocetado neste cenóbio, não faço bioco e é essa a sabença que tenho sobre a busaranha do sossego, quanto ao milagre que mandei riscar, Nossa Senhora figura desvestida porque assim a má língua que me serve a invocou, e ela, minha mãezinha, por certo não se importou, pois que me deu escapada da busaranha. E desta, Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora, que me livre de lhe ter encontro e comércio.

Sezerdelo Baiacu

domingo, 13 de setembro de 2009

Porra nenhuma

Encontro

Ainda bem que a primeira-dama da França não acompanhou o marido ao Brasil, pois se ela estivesse no desfile de sete de setembro, o contraste com a elegância da nossa primeira-dama seria, no mínimo, chocante.

Tira o pé do chão

Depois de tomarem conta das ruas de São Paulo e do Rio de Janeiro, organizações criminosas e seus exércitos de drogados tocam o terror em Salvador. Enquanto isso Jacques Vagner come acarajé.

Fato

Deus não gosta de Santa Catarina.

Mais do mesmo

Eu sei, todo mundo já disse, mas o Aluízio Mercadante conseguiu desmoralizar ainda mais o bigode.

O óbvio

Álvaro Uribe e Hugo Chaves têm as suas semelhanças.

Argentina

Sem um gol de mão e uma mala preta entregue à seleção do Peru a Argentina nunca teria sido campeã mundial.

Mudanças

Enquanto os homens de bem permanecem dentro das casas, os criminosos atiram na Polícia.

O fim das eras

É tornado em Santa Catarina, o Rubinho tendo sorte. O mundo vai acabar mesmo.

Dúvida

Será que o Sílvio Berlusconi nasceu mesmo na Itália?

Slogan

Brasil, o país do pré-sal. Ou seja, continuamos no fundo do poço.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Saudades de hoje

Brevemente o dia sete de setembro não será mais a data nacional brasileira, efeméride que aos poucos será substituída pelo dia 31 de agosto, data em que o presidente e miss-simpatia Luís Inácio Lula da Silva enviou o projeto sobre a regulamentação da exploração das reservas petrolíferas do pré-sal para o congresso. Ainda segundo o nosso presidente, defensor perpétuo dos bigodes perseguidos, aquele fora o dia da segunda independência do Brasil e como em cinqüenta anos o Lula vai ser mais lembrado e reverenciado que Getúlio Vargas, o dia 31 de agosto (mês aziago segundo a crendice popular), será a nossa verdadeira data nacional.
Contudo neste ano da graça do senhor de dois mil e nove a festa do sete de setembro terá convidado ilustres, como o presidente da França Nicola Sarcozi e, dizem as más línguas, ou melhor, os maus bicos tucanos, a cantora Vanusa, que interpretará de uma maneira toda inovadora e por que não dizer, etílica, a letra do nosso hino nacional, que quem sabe também não será mudada?
Quiçá, em um futuro distante nossa bandeira será vermelha e branca e com apenas uma estrela.
Podem dizer que isso é uma quimera, um pesadelo de tucano, porém embora improvável, não é impossível, pois foram subestimar o sapo esquecendo que ele podia se tornar príncipe. Agora é tarde e a Inês é morta. Mortinha da Silva e nenhuma Marina, mesmo que seja da Silva, irá nos salvar.
Porém poderia ser pior, nós poderíamos ter o Maradona, conhecido também como Vovó Maconha, como técnico, ou o Silvio Berlusconi como primeiro-ministro. Não, não, nesse caso não seria melhor, se o Brasil fosse parlamentarista o primeiro-ministro seria o Sarney, o Renan ou o Michel Temer. Na realidade o Michel Temer combinaria melhor se o Serra fosse presidente, por que teríamos um vampiro como chefe de Estado e um mordomo de velório como chefe de governo.
Mas isso não é nada, meu medo mesmo é que em menos de dez anos nós sintamos saudades desses bons tempos em que os bandidos atiravam na polícia em plena luz do dia e incendiavam ônibus somente uma semana em cada ano. Tempos em que os alunos só espancavam os professores de vez em quando; tempos em que os economistas tinham mais importância que os metereologistas e em que a banda NX0 ganhava todos os prêmios de melhor banda, disco, música mais executada e etc.
Talvez esse tempo seja o inferno, mas talvez o inferno seja conhecido como Brasil. Porém como tudo tem seu lado bom, segundo o astrólogo Biu Puta Preta, um inferno cheio de cão sim, mas tudo com o rabo grande.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Anúncios/classificados/patrocínios/apoios

Voluntários da futura guerra entre Venezuela e Colômbia
Associação dos agregados da família Sarney
“Não use antigripal falsificado
Contra a gripe suína
Use TAMIFLU
Ou se preferir
Tome no...”

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A batalha dos bem-te-vis contra os pardais

Antes foi um tempo de delícias, tudo que a sua vista alcança era nosso, vivíamos felizes e não havia mal. Nossas eram essas águas infindas e essas matas sem par, que hoje são apenas lembrança e vestígio. Tínhamos tudo, não precisávamos lutar pelo nosso devido quinhão de céu azul. Tudo era bom e belo e nós não fazíamos caso do perigo iminente. Éramos puros e vivíamos a época da inocência no nosso gigantesco jardim das delícias, mas para eles, para eles nós éramos tolos, pois ignorávamos o mal, e por isso não vimos neles o outro, mas sim irmãos e havia tanta fartura, que apesar da sua cor pardacenta que veio enfeiar nossos trópicos benditos, nós os acolhemos, os ensinamos como sobreviver na mata, contamos nossos segredos e lhes entregamos a ciência de discernir os bons dos maus frutos; porém assim que eles se acostumaram a esse sol desusado nas suas frias terras de origem, cresceram, se multiplicaram, ficaram mais fortes do que nós e com parcimônia, mas constantemente, foram se imiscuindo no nosso lar.
Eram seres alienígenas, sim, alienígenas, porque aqueles com quem chegavam traziam consigo alimárias e grãos e frutos e ervas que nós não conhecíamos e foram eles que plantaram essa outra floresta, que foi substituindo a nossa, que ardia dia e noite para nosso constante desespero. A mata deles era de pedra, maninha para nós, pois eles não nos ensinaram seus soturnos segredos e assim nós, que éramos senhores do mundo, perdemos o mandato do céu e ficamos cada vez mais confinados a guetos, a pequenos bosques, macegas e capoeiras, onde nossa gente minguava dia e noite, pois tudo mudava, o regime das chuvas, a temperatura. E enquanto nosso alimento rareava, eles se revigoravam com a nossa fartura, comiam da nossa fome, pois cada verde que queimava era uma estaca cinza que nascia, e assim nos tornamos tristes, moles, enfermiços, desbotamos, quase perdemos a cor, definhamos e nossa magreza aflitiva era testemunha do nosso infortúnio, em uma só palavra, “emudecemos”. Eles nos pagaram o bem que nós os tínhamos feitos com o mal e era isso que nós não compreendíamos, contudo, quando a vitória deles parecia absoluta, quando eles eram milhares, milhões até e nós centenas, surgiu um libertador entre nós, que guiou o povo descrente, alquebrado e taciturno para deixar de lado antigas crenças e tomar o que é nosso e que nos foi usurpado, só então tivemos a singela ousadia de cruzar o céu da mata cinza, da mata que eles diziam deles, com o nosso colorido amarelo, só assim redescobrimos a alegria de viver, mas não foi fácil, nada é fácil, eles reagiram com violência e seus bandos barulhentos e hostis perseguiam nossos pares, porém nós nada tínhamos a perder e aos poucos fomos aprendendo a ciência daquele mundo pardo, a começar pelos quintais, os jardins, os parques. Aprendemos que uma de suas árvores alienígenas tinha um fruto doce e sumarento e ainda amarelo, um doce que nos revigorava para a batalha. Na nossa fúria santa aprendemos a disputar esse fruto, que alguns chamam manga, até mesmo com os morcegos, e isso ao cair da tarde quando o cansaço nos atinge e nós já não vemos bem.
Assim, revigorados com esse novo alimento, aos poucos fomos vencendo as batalhas, ganhando terreno e só então pudemos enfim gritar sem medo pela madrugada a fora, bem naquele instante em que a luz se anuncia, que esta terra e não outra, é a terra dos bem-te-vis, esse nosso nome, esse nosso grito, que hoje ressoa em cada canto dessa selva que eles chamam cidade, em cada árvore, amedrontando os pardais, que em um tempo que não tardará muito, expulsaremos para além dos mares e para a fria e feia e triste terra de onde eles partiram para semear a danação no meio de nós. Que assim seja e que não tarde.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

De como fazer a guerra e não morrer por causa disso

O homo sapiens sapiens que, segundo o filósofo Jonh Huizinga, não sabe tanto assim, possui um instinto básico, o de sobrevivência, do qual derivou o instinto sexual, responsável pela procriação da espécie e o instinto de caça ao qual está associado uma dose considerável de violência, o que transformou nossos antepassados de simples presas ou animais carniceiros em predadores.
Como as atividades de caça demandavam muitas horas e às vezes muitos dias de espera, os homens desenvolveram o instinto do jogo ao qual está associado o instinto de competição.
Logo logo (alguns milênios) então os homens sentiram a necessidade de medir de maneira pacífica quem seria o mais forte e o mais rápido, sendo esta a origem dos primeiros esportes, porém o que a maioria de nós não se dá conta é que o esporte, especialmente os esportes coletivos e de contato físico direto são não somente uma espécie de “caça estilizada”, mas sobretudo uma guerra sem mortos, embora muitas vezes com feridos.
Não é a toa que embora em várias sociedades as atividades esportivas tenham existido, a popularização dessas práticas e a sua transformação em um negócio milionário só ocorreu quando as guerras se tornaram cada vez mais sangrentas, ou seja, especialmente depois de 1945, quando para utilizar uma palavra da minha infância, uma guerra “na vera” entre EUA e URSS significaria o fim da existência humana na terra, por isso tanto esforço das superpotências para chegar ao topo do quadro de medalhas nas olimpíadas, ou seja, a guerra “na brinca”.
Contudo, apesar das Olimpíadas, qualquer um que não more nos EUA sabe que o esporte mais popular do mundo é o futebol e claro que eu não estou aqui falando do futebol americano, esporte em que a comparação com a guerra seria mais fácil, falo do futebol sem qualificativos, do futebol e ponto final.
Reparem, como diria minha vó, as semelhanças entre uma coisa e outra, guerra e futebol. Tanto as torcidas quanto os times lembram exércitos, cada time com seus distintivos, mascotes e hinos e as torcidas com suas enormes bandeiras e gritos de guerra, no mínimo um pouco chulos.
O vocabulário militar foi largamente incorporado pelo futebol. Os goleiros são arqueiros, como os antigos soldados que usavam arco e flecha desde a antiguidade até a Idade média; o jogador mais experiente da equipe, em geral um zagueirão ou um volante meio truculento com cara de poucos amigos é o “Capitão” da equipe e o goleador do time é o “Artilheiro”, como os soldados responsáveis pelo arremesso de projeteis nos adversários, a princípios eram pedras, fogo grego, balas de canhão e hoje são morteiros e outros brinquedos de satanás.
Para não melindrar os mais sensíveis não vou citar gritos de guerras de torcidas como o famoso: Bota pra... Basta dizer que as torcidas sempre invocam expressões chulas ou alguma imagem aterradora. Assim, entre os clubes brasileiros ninguém conhece, por exemplo, uma galera com o nome de “Beija-flores da leal”. Nada disso, ninguém respeitaria uma torcida com esse nome. As torcidas portanto chamam: Gaviões da Fiel (Corinthians), Mancha Verde (Palmeiras), Inferno Coral (Santa Cruz), Máfia Azul (Cruzeiro) e etc.
Os hinos, quase todos marchas militares, trazem imagens de guerra: heróis, esforço, sangue, luta, morte. Assim, para não dizerem que eu estou mentindo seguem alguns exemplos:
Começando com o hino do Palmeiras:

Quando surge o alviverde imponente
No gramado em que a luta o aguarda
Sabe bem o que vem pela frente
Que a dureza do prélio não tarda

Na mesma toada segue o hino do Auto-Esporte

Esperando confiante, a vitória conseguir
A luta contra tudo e contra todos começou
O Auto Esporte vai mostrar o seu valor

O Centro Esportivo Alagoano mais conhecido como CSA vai um pouco além:

Azulinos impávidos e fortes
Enfrentemos os nossos rivais
Nosso time não tem adversários
Não seremos vencidos jamais

No que é seguido pelo Fortaleza:

No campo,
provaste mesmo que não tens rival,
tua turma é valente, é sensacional,
salve o Tricolor de Aço.
Soberbo,
tua fibra representa um norte,
combativo, aguerrido, vibrante e forte.
Sem demonstrar cansaço,

A Desportiva Ferroviária vai no mesmo diapasão:

Vencer, vencer, vencer!
É o grito da torcida que desperta.
O suor grená de suas lutas
Parece sangue que corre em nossas veias.

Por fim o hino do Paysandu é praticamente uma canção de guerra:

Cada um de nos guarda no peito...
Somos jovens e ousados paladinos,
E sempre achar-nos-hão de gladio nu,
Elevando nos prélios mais ferinos
Com honra o pavilhão do Paysandu
Cada um de nós guarda no peito...
Amamos os cambates! e na luta,
Como antigos heróis nos comportamos,
Por isso a voz do público se escuta,
Saudar o Paysandu com meus aclamos
Cada um de nós guarda no peito...

Porém a apoteose vem com o hino do Atlético paranaense:

ATLÉTICO ! ATLÉTICO ! ...
A TRADIÇÃO, VIGOR SEM JAÇA,
NOS LEGOU O SANGUE FORTE,
RUBRO-NEGRO É QUEM TEM RAÇA,
E NÃO TEME A PRÓPRIA MORTE.

A linguagem da guerra não está apenas nos hinos, mas nos qualificativos pelos quais são conhecidos os times: o Timão (Corinthians), o Verdão (Palmeiras), o Mengão (Flamengo), o Papão da Curuzu (Paysandu) e outros ãos menos cotados, o Glorioso (Botafogo), o Gigante da Colina (Vasco da Gama), o Furacão (Atlético paranaense), o Leão da Ilha (Sport Recife), o Tubarão da Barra (Ferroviário), o Tricolor de Aço (Fortaleza) e etc.
Por fim como diriam os velhos que ainda ouvem o jogo apenas no rádio, atacante bom é um centro-avante “MATADOR” e de preferência com um nome que intimide ou que faça referência a alguma habilidade estupenda ou algum atributo extraordinário, ou que apenas soe grandiloqüente assim como: Leônidas da Silva, o Diamante Negro; Vavá, o peito de aço; Dadá Maravilha; Roberto Cavalo; Paulo Bala; Euler, o filho do vento; Edmundo, o Animal; Kléber, o Gladiador; Ronaldo Fenômeno.
É verdade que esses novos guerreiros não arriscam a vida e ultimamente tem trocado constantemente de exército, porém o torcedor não tem essa mesma chance, um time é como um filho, é pra sempre, depois, o esporte é só uma simulação da guerra, onde não deve morrer ninguém, embora algumas torcidas organizadas formadas por obtusos torcedores não tenham entendido muito bem isso e continuem fazendo de cada jogo uma ocasião para uma pequena guerra particular que não deixa de fazer pelo menos uma vítima a cada campeonato. Para eles o futebol não é um simulacro de guerra é a guerra possível.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Biscoito grosso

Herói da resistência

Sarney forever. E a gente toma no forebis.

Pânico

Eu só tenho medo de três coisas: mulher gorda na TPM, a gripe suína e o olhar do ex-presidente Fernando Collor de Melo. Vixé Maria.

Ronaldo Fenômeno

Parece que depois da lipoaspiração o atacante vai trocar o Parque São Jorge pelo Morumbi. É justo.

O novo jornalismo brasileiro

Aquele que cria o fato e depois divulga. Foi em Manaus, mas bem que podia ter sido o carniceiro do meio-dia da sua cidade.

Coritiba X Santos

Acredito que a juíza que determinou que todos os que fossem ao estádio usassem máscaras, para se prevenirem contra a gripe suína, é dona de todas as farmácias de Cascavel.

Chave de bosta

Em uma das piores semanas já vividas pelo nosso Senado, instituição que tem quase duzentos anos, “o bom errado”, Eduardo Suplicy, subiu a tribuna e não para pedir o afastamento de Sarney ou dizer umas verdades ao Renan Calheiros como se esperava, mas sim para fazer uma homenagem ao pai cantando com sua voz de taquara rachada. Não foi, mas pareceu um deboche.

Mais uma do Hugo Chávez

O Presidente da Venezuela ameaçou entrar em guerra com a Colômbia por causa da instalação de bases norte-americanas no país vizinho. Tá bom. Vai ter guerra quando crescer a unha do catoco de dedo do Lula.

O grande Edir

A Polícia Federal descobriu o óbvio ululante, ou seja, que um pastor, que nunca fez outra coisa na vida, conseguiu comprar a TV Record com o dinheiro dos fiéis.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Admirável mundo de sempre

Será mesmo que a gripe suína foi uma invenção do Lula para manter no cargo o ministro da saúde José Gomes Temporão ou uma conspiração dos laboratórios farmacêuticos americanos para vender anti-gripais ao mundo inteiro? Não sei, quase tudo é ministério, menos os orifícios das atrizes de cinema pornô, porém como me comovi com o depoimento de um viúvo que perdeu a mulher em decorrência da gripe suína eu não mais farei especulações sobre a nova moléstia.
Melhor falar da inofensiva presença americana na Colômbia ou na triunfante democracia venezuelana. Algumas coisas não mudam, algumas coisas como o Sarney, o Renan Calheiros e o Collor e seu olhar matador. Se eu fosse o Pedro Simon me benzia, afinal de contas basta puxar pela memória para relembrar o que aconteceu com o Pedro Color, o PC Farias, o Ulisses Guimarães e o Antônio Mariz e ainda o Ibsen Pinheiro, que não morreu, mas caiu em desgraça. Sábio homem esse Pedro Simon, porém, infelizmente, já não se fazem gaúchos como antigamente, basta ver o noticiário sobre o deputado de Santa Cruz do Sul que está se lixando para a opinião pública e a menina maluquinha que ainda governa o Rio Grande do Sul.
Não estranharia se brevemente em terras gaúchas não aparecesse um carniceiro como aquele de Manaus, que matava bandidos para exibir no seu programa de televisão. Rapaz isso parece enredo das aventuras do Super-Homem, porém como é sabido de todos, no Brasil a corrupção atinge todos os estados, todas as cidades, todas as famílias e os corruptos são bem mais surreais que as peripécias de qualquer super-herói, como também dos personagens de qualquer literatura, por isso aviso aos navegantes que Paulo Salim Maluf não é uma criação do Gabriel Garcia Márquez, embora pareça.
Apesar disso, apesar de tudo, o Lula continua sorrindo e ele é que faz bem, pois comprou o país inteiro, a UNE que o diga, e enfrenta a mais patética das oposições. Na realidade o maior perigo para a eleição da Dilma está no próprio PT e não tanto no vampiro do Zé Serra, afinal de contas o bolsa-família está aí e o controle populacional dos pobres, sempre em excesso nas nossas cidades, está sendo feita com eficiência pelos traficantes, pelo crack, pelo mosquito da Dengue e pelo SUS, as grávidas cariocas que o digam.
Mas chega de aporrinhações agora é esperar que o Ronaldo Fenômeno se recupere da lipoaspiração. No mais melhoras sinceras para o vice-presidente, o único político querido por todos os brasileiros.

domingo, 2 de agosto de 2009

domingo, 26 de julho de 2009

Em busca de artistas de verdade

O mundo de hoje está órfão de grandes artistas. Vivemos o reino das nulidades absolutas, das mediocridades triunfantes, dos ufanistas da ignorância. A arte ficou burra ou as pessoas podem ser dividas entre os fracos de espírito e os espíritos de porco? Penso que nenhuma coisa nem outra, penso que essa sensação de desamparo diante de um mundo sem tradutores é mera dificuldade de pensar ou de buscar, pois os grandes artistas ainda povoam o mundo, mesmo que escondidos em teatros do interior, em bares de levar puta, longe das vitrines das livrarias e cantando para ninguém na nova torre de babel que é a internet.
É certo que o diabo não mais aparece para desfazer as cantorias e muito menos afina guitarras ou ensina violinistas a tocar, porém enquanto houver a dor haverá artistas e como a dor é a mesma, tão velha quanto o mundo e tão nova quanto às crianças que acabam de nascer, não faltam nem faltarão artistas de verdade, artistas sinceros, ou seja, qualquer um que consiga extrair o maravilhoso do óbvio ou encontrar a realidade a partir de uma imaginação delirante, sejam ou não bem aceitos pelos segundos cadernos dos jornais, pelos afagos cadavéricos das academias e institutos e pelos carinhos pedantes dos currais a que o vulgo atribui o nome de universidades.
Assim sofrendo, às vezes famintos, ridicularizados pelos obtusos ou adorados pelas razões erradas, os verdadeiros artistas sobrevivem, mesmo que vez ou outra se convertam ao protestantismo, aos programas vespertinos de televisão; morram de overdose, quase sempre aos vinte sete anos ou hibernem temporariamente sob as benesses relaxantes e estéreis dos incentivos governamentais.
No entanto, embora sabendo que arte é coisa em que as idiossincrasias pessoais, isso mesmo, idiossincrasias pessoais, compram, vendem e alugam, indico alguns artistas da minha preferência para os que estão em busca de arte e não tem medo de tristeza, nem de alegria, começando pelo Sine Calmon, cujos cds valem pela música “Nayambing Blues”; os três últimos discos dos inacreditáveis Los Hermanos, por que o primeiro parece um rascunho do rascunho do que viria depois; o excelente cd: “Quem vai comprar nosso barulho”, das Xicas; a voz melodiosa da Céu.
E para não ficar apenas na música e adentrar a perigosa seara da televisão, caso queiram um pouco de arte, assistam a novela das seis, isso mesmo, a da santinha e sintam-se como confortáveis solteironas, acreditando por quarenta minutos que a vida, apesar de tudo, é maravilhosa e que o amor é possível.
Porra, eu me chamo mesmo Reginaldo Stallone?

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Bens que precisam ser tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)

1 – A perna mecânica do Roberto Carlos
2 – O bigode do Sarney
3 – O cotoco de dedo do Lula
4 – Os pelos pubianos da rainha dos baixinhos
5 – O microfone peitoral do Sílvio Santos
6 – Aquilo Roxo do Collor
7 – A bunda da mulher melancia (uma vez que por incúria do IPHAN, as nádegas da Gretchen e da Rita Cadillac já caíram.)
8 – Os chifres do Latino
9 – A pança do Ronaldinho
10 – A papada do Jô Soares
11 – A pinta da Angélica
12 – Os sapatos da cantora Simone

Espero que o IPHAN aja com rapidez para que a “Civilização Brasileira” não seja privada de alguns dos seus mais importantes símbolos, pois devido à irresponsabilidade desses burocratas já perdemos o cabaço da Sandy e o Bornai do Clóvis Bornai.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Drops

Espanha

Espanhol quando não caga na entrada, caga na saída.

Prodígio

Joel Santana falando inglês.

Luto

Michael Jackson foi para a terra do nunca.

Saudades

E você que reclamava do Renan hein?

Maldade

Dizem as más línguas que o túnel encontrado no quarto do estilista Clodovil terminaria em uma das passagens secretas de Neverland.

Viúvo

Todos os míopes estão solidários com Ronaldo Nazário de Lima, indiscutivelmente o Fenômeno...

Tiranos

Os tiranos podem mudar de endereço, mas continuam vivos: Venezuela, Nicarágua, Irã, China, Miamar.

Sucesso

A foto da Valesca Popozuda olhando a foto do presidente Lula fez o maior sucesso, afinal de contas se o quê existe de mais popular no Brasil é uma boa bunda, a segunda é o nosso presidente.

Partido dos Trabalhadores

Nessa história do Sarney o PT está mais perdido que filho da puta no dia dos pais.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Michael Jackson super-herói

Michael Jackson morreu, para sorte dos humoristas e dos familiares do cantor, que pelo que foi divulgado não eram lá muito queridos por ele. Triste vida a de Michael, sua vida inteira um equívoco, de rapaz bonito virou um homem feio, de negro virou branco e pior, foi adulto quando criança e criança quando adulto, além disso, não sabia lidar com sua presumível homossexualidade, se não fosse à arte, que o salvou e o fez amado, estaria vivo, porém babando em algum hospital psiquiátrico nos confins miseráveis dos Estados Unidos.
Michael Jackson foi uma espécie de gênio da raça norte-americano, eu explico, aqui no Brasil durante muito tempo, por um resquício da teoria das raças amplamente divulgada no nosso país de mulatos masoquistas, se procurou o gênio da raça, ou seja, aquele individuo que ao nascer desenvolveria todas as características do povo de um país. Na sua individualidade ele seria a síntese de sua raça, no que ela pudesse ter de bom ou ruim, seria uma espécie de super-homem por assim dizer. Os brasileiros apenas esqueciam que segundo as teorias em voga os mestiços herdariam o pior das duas raças das quais eram originários. Então quem seria o gênio da raça? Hoje todos apostariam no Lula, mas nos anos 40 e 50 os maiores candidatos eram artistas e atletas.
Porém, entre os americanos, sem dúvida nenhuma o gênio da raça, nessa minha modesta opinião, foi o Michael Jackson, pois nenhum outro individuo sintetizou tão bem na vida e no próprio rosto a tragédia da “civilização norte-americana”, materialista e hipócrita, cujos membros não concebem a possibilidade do fracasso, mas que frequentemente também não sabem lidar com o sucesso. E para o último paradoxo, agora que morreu vai virar uma espécie de santo laico e dará mais lucros as gravadoras moribundas e ao espetáculo midiático do que vivo. Afinal de contas seu velório vai ser um grandioso espetáculo. Algum matemático ou economista já avaliou quanto vale o cadáver de Michael Jackson?
A morte do “rei do pop” me fez pensar em quem seria o gênio da raça de outros povos e logo me veio a mente a figura de Maradona, sem dúvida o gênio da raça argentina, ou seja, um homem pequeno que já foi grande, que não passa de uma caricatura do que foi e de uma miniatura do que poderia ter sido. A imagem de Maradona é a imagem da decadência da Argentina.
Assim, enquanto os norte-americanos são trágicos os argentinos são patéticos e os brasileiros, bem é bom nem pensar, pois os noticiários dos últimos tempos nos deram vários candidatos a gênio da raça: o homem que virou verbo, Paulo Maluf; o jogador de futebol que consegue encarar três travestis sem se cansar, Ronaldo Nazário de Lima e o presidente que depois de ter seus auxiliares mais próximos envolvidos no maior esquema de corrupção já descoberto na história do Brasil consegue se reeleger e alcançar quase 80% de aprovação popular e de quebra ainda é considerado um novo líder mundial com as bênçãos de Barack Obama, o homem que, se der certo, iniciará o processo de mudança na mefítica sociedade norte-americana.
E como não resisto a um lugar comum, Michael Jackson morreu, que a terra e a morte lhe sejam leve, por que a vida não foi.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Anúncios/classificados/patrocínios/apoios

Viação Coração de Puta – Onde sempre cabe mais um
Atalaia Futebol Clube
União nacional dos cornos de biqueira

Made in Brazil

Pauta de exportação do Brasil ao longo dos séculos

Papagaios
Pau-Brasil
Sífilis
Açúcar
Ouro
Couros e atanados
Diamantes
Café
Borracha
Dinheiro roubado
Algodão
Técnicas de tortura (Especialmente no período de 1964 – 1985)
Novelas
Jogadores de Futebol
Soja
Jogadores de vôlei
Carne
Putas
Muito dinheiro roubado
Travestis

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Sobre futebol e sorte

Obina foi vendido para o Palmeiras, onde, quiçá, formará uma dupla de ataque com Ortigosa, ou seja, Luxemburgo enlouqueceu. Tudo bem, é notícia velha e todo mundo já fez piada sobre o assunto, porém futebol é assunto sério, seriíssimo, embora quase sempre ilógico, assim, o torcedor que porventura ler essas linhas saberá reconhecer o óbvio, ou seja, que todo time, toda a equipe de futebol, precisa ter em seu elenco um daqueles jogadores medíocres sobre todos os sentidos, menos um, a estrela.
Obina tem estrela, eu lembro da final da copa do Brasil de 2007, quando o baiano entrou e fez um gol no Vasco, mas se machucou ao bater na bola e saiu de campo contundido, porém consagrado, pois é, é preciso ter sempre no elenco aquele jogador que por algum motivo agrada aos caprichosos deuses do futebol. Lembram do Tupãzinho, o talismã? Do Filho maravilha eu não tenho idade pra lembrar.
E o pior é que esse sortilégio não se restringe aos jogadores, é comum também aos técnicos. Me digam sinceramente, há um técnico pior que o Joel Santana? Mas ele ganhou mais títulos que muitos técnicos bem mais competentes que ele, o que não é muito difícil de encontrar, mesmo no Brasil, onde achar um bom técnico é mais complicado que encontrar um trevo de quatro folhas e fazer baiano trabalhar.
Joel é o típico técnico incompetente em todos os aspectos, porém no bom português, um cagado de marca maior, mas como todos sabem a sorte não dura para sempre. As vezes falha. Obina que o diga.
Se à estrela se juntar alguma habilidade, caso do Túlio maravilha, que creio eu faz gols até hoje, ou muita habilidade, caso do Edílson quando jovem, do Renato Gaúcho, mesmo velho (sem querer ofender ninguém lembrem do gol de barriga contra o Flamengo, em, deixa eu ver, 96?) é quase impossível perder uma final. São jogadores de decisão, ao contrário de outros, craques que na hora H, amarelavam, como o Bebeto ou o Juninho Pernambucano, este último, jogador estável que pouco se machucava e jogava muito, menos na final, na final ele era um pato morto. O Edmundo, que poderia ter sido em seu tempo, o melhor jogador do mundo, também nunca foi muito feliz em finais. Os corintianos comemoram até hoje aquele pênalti perdido no fatídico ano 2000.
É isso, no futebol é preciso ter estrela.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Cajón de Sastre

Vale tudo

Acredite se quiser, mas José Serra deu uma entrevista a Luciana Gimenez.

Complexo

Adriano, o Imperador, voltou a Gávea, para ás más línguas ele tem é complexo de favelado, pois prefere ser campeão carioca pelo Flamengo, que campeão do mundo pela Inter de Milão.

Timão

E o coringão hein, não conseguiu ganhar de um time de segunda divisão e corre o risco de ser bi-vice.

Amarelou

O TSE afinou e manteve o cargo do governador de Santa Catarina.

Ausência

Faltou Belém e Goiânia entre as cidades escolhidas para sediar a copa de 2014.

Humor negro

Brasileiro faz piada de tudo, sabe qual é a última do acidente da Air France:

- Sabe que encontraram um vivo no acidente da Air France?
- Não acredito...!
- Pois é, tinha dez reais de crédito.

Mais do mesmo

Rubinho já foi vice do Schumacher e agora vai ser vice de Button.

Ditado moderno

Quem tem boca vai a Roma e quem tem bunda vai para a Luciana Gimenez.

E por fim

O leão pode ser manso, mas é melhor não arriscar.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Agora e jamais

O mundo continua virado do avesso ou são apenas meus olhos deslumbrados diante do tragicômico espetáculo da existência humana? Eu sei, eu sou praticamente um poeta, porém o mundo não é para iniciantes e a vida não perdoa ninguém, nem mesmo aqueles que voavam pela Air France e que foram colhidos pelo desastre enquanto cruzavam o Atlântico em meio a uma intensa tempestade. Quem pode descrever o que alguém sente quando tem certeza que vai morrer? Que Deus, ou o tempo, para quem não acredita em Deus, serene o coração de quem sofre.
Mas, apesar da tragédia e das obviedades ditas pelos comentaristas esportivos, não se pode esquecer da “farra do boi” em que se transformou o congresso nacional e, mais especificamente o senado, que ultimamente só faz duas coisas úteis: mantém a TV senado, cuja programação é bem acima da média e publica livros de valor histórico, esgotados, e mais, a preço de custo. A bola fora fica por conta dos prefácios dos nobres senadores, mesmo assim, ruim com o senado, e pior sem ele, uma vez que nas repúblicas federativas, como o Brasil, o senado compõe a representação dos Estados, que deve ser igualitária para manter unida a federação. Assim, todos os Estados tem o mesmo número de senadores, de modo que, pelo menos teoricamente, o Acre tem tanto poder no senado, ou seja, três senadores, quanto São Paulo. A nota destoante é o Maranhão que tem quatro senadores, mas isto é outra conversa.
Bigodes tingidos de lado, o que será que o governo tenta esconder na caixa preta da Petrobras? Seja o que for esses tucanos debilóides não têm a mínima vocação para Sherlock Holmes e por falar no detetive mais famoso das histórias policiais, viva Arthur Conan Doyle, seu criador, que caso estivesse vivo estaria comemorando 150 anos. O leitor poderia perguntar então: e daí, é só um número redondo e ninguém vive tanto tempo assim. É mesmo, mas é também uma razão para comemorar o popularizador das histórias de detetive e para aguardar novas e, espero, baratas, traduções. Porém, acho que isso já é pedir muito. Edições realmente baratas no Brasil de hoje, só a das obras completas do Paulo Coelho vendidas de porta em porta, embora eu preferisse quando vendiam doce de batata, doce americano, enciclopédias e a revista Despertar.
No mais, sigo esperando pelo fim do mundo para me livrar do tédio, que nem sempre é a doença da fartura. Se o fim do mundo não chegar eu ficaria satisfeito com um telefonema carinhoso da Jéssica Alba.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Anúncios/classificados/patrocínios/apoios

- Marcela, a garota do bumbum dourado. Sigilo absoluto. Atende também em domicílio. Tel.: (66) 212-5679;
- Movimento de educação popular: É preciso desasnar o Brasil;

sábado, 23 de maio de 2009

Biu Puta Preta: origens

Não, o grande Biu Puta Preta não foi nenhum jogador do Treze de Campina Grande. Se vocês querem saber da verdade o nosso grande patafísico passou boa parte da infância no Egito, e embora apreciador do nobre esporte bretão, que os negros jogam muito melhor, nunca jogou futebol e seu sobrenome: Puta Preta, não decorre nem da atividade profissional da sua digníssima genitora e nem de uma alcunha que herdou do pai, que para outros incultos seria o famoso atacante do Treze. Por ora não posso dizer mais nada sobre a espetacular biografia do nosso grande filósofo, porém no momento certo todos saberão a verdade sobre esse novo Albert Einstein que é o grande charadista Biu Puta Preta.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Quem precisa de heróis?

Domingo passado, 3 de maio de 2009, muito se falou dos quinze anos da morte de Ayrton Senna, sem dúvida um dos maiores pilotos da história da Fórmula 1. E uma frase foi repetida a exaustão: “Triste do país que precisa de heróis”. E o complemento era sempre. “O Brasil precisa”.
Nunca ouvi tolice maior. O Brasil não precisa e nunca precisou de heróis, apesar de produzi-los em profusão, desde os heróis anônimos que lutam pela sobrevivência com uma tenacidade e uma alegria invejáveis até aqueles que a história registra, embora os mais heróicos entre os heróis descansem na doce paz dos esquecidos e nas discussões dos mais eruditos entre os historiadores e não na boca do povo.
Ayrton Senna não foi um herói, herói é quem morre para salvar ou melhorar as condições de vida dos outros. Heróis são os que morrem em prol do bem comum, ou vivem em razão desse mesmo bem. Senna, embora tenha dado orgulho aos brasileiros, não fez uma coisa nem outra e, portanto, não foi herói. Ronaldinho então, está longe de ser herói.
E dos duvidosos heróis da história oficial, a grande maioria da população só guarda o nome.
Assim acontece com:
Tiradentes, o único que teve a honra de tornar-se feriado nacional, e que pagou pelo crime da plutocracia mineira, ele que era alferes, dentista e que, como ninguém é de ferro, recebia suborno dos traficantes de diamantes das Minas do Ouro.
Zumbi, que embora tenha existido, soa mais como uma invenção do movimento negro.
Caxias, o pacificador, que matou gente demais para manter a unidade do país, pois tudo tem um preço e, no Brasil do século XIX, escravidão e sangue foi o preço da unidade nacional.
Getúlio Vargas, este ainda muito lembrado, deu um tiro no peito, mas fez vistas grossas para a roubalheira que partia do seu círculo íntimo e venhamos e convenhamos corrupto não é só quem rouba, é também quem deixa roubar. É preciso ainda lembrar que o nosso Gegê deu um presentinho a Hitler, uma judiazinha grávida e comunista, que, por culpa dele, morreu na Câmara de gás.
Tancredo Neves e Ulisses Guimarães apoiaram o golpe de 1964.
Enfim, herói de verdade é mais difícil de encontrar que ouro.
Herói talvez, e olha que eu não sou comunista, só mesmo o velho e burro Luís Carlos Prestes, ou o João Pedro Teixeira, que sabia que ia morrer e mesmo assim continuou a organizar os camponeses da velha e boa Paraíba do Norte. Mesmo assim, quem lembra deles?
Herói no Brasil é quem consegue sobreviver e rir sem ajuda de ninguém. Não somos como os norte-americanos, que precisam sempre de alguém que os defenda, seja dos ingleses, dos comunistas, da Al-Qaeda ou deles mesmos. No Brasil herói é quem não se deixa levar pelo desespero diante da injustiça do mundo e da inevitabilidade da morte. Assim, herói é Pedro Malasartes, Cancão de Fogo, João Grilo, Jeca Tatu, que no fundo são um só, síntese dos brasileiros, ou seja, filhos deserdados de Deus no Paraíso; à procura da felicidade e céticos em relação a monstros, demônios e heróis.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Miolo de pote

O Bispo pegador

Não sei por que toda essa indignação com o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, afinal de contas ele só vem cumprindo um dos mandamentos da lei de Deus: “crescei-vos e multiplicai-vos”.

Milagre I

No Maranhão o governador foi cassado por abuso de poder econômico e estranhamente não é da família Sarney

O narigudo de Teerã fala a verdade

Quer dizer que Israel não é um Estado racista? Então o que eles foram fazer na faixa de Gaza no começo do ano? Na certa foi uma confraternização com os palestinos, com direito a bombas de fósforo e tudo!

Milagre II

Os congestionamentos da Cidade do México foram solucionados em tempo recorde e ainda insistem em falar na indolência mexicana.

Boquirroto

Ciro Gomes presidente é o Caralho.

A volta dos canalhas

Cuidado que José Dirceu e Roberto Jéferson articulam uma espécie de anistia para disputarem as próximas eleições.

STF

Dois bicudos não se beijam e dois beiçudos também não.

Enfim a paz, pelo menos por um dia

No último final de semana nenhum assalto foi registrado nas duas maiores cidades do país. Especula-se que os bandidos estavam comemorando a vitória dos seus clubes do coração, nas finais dos campeonatos estaduais.

Pergunta aos neonazistas do Brasil (O que já é uma piada)

Se o Hitler era assim tão inteligente, por que ele não ganhou a guerra?

O retorno

A norte-americana que fez o primeiro transplante de pele “bem sucedido”, está cotada para estrelar uma versão trash do antigo seriado infantil de televisão, Fofão. Você tá rindo, olha que uma bala perdida pode cortar teu rosto no meio.

sábado, 2 de maio de 2009

Jogando conversa fora

Continuo maravilhado com o desconcerto do mundo e olha que eu não sou Camões e nem voltei do México, onde a população suína deu provas de quanto é parecida conosco. O mundo está assustado, mas os fabricantes de máscaras estão rindo a toa. E assustada também está a rainha da Holanda que escapou de morrer quando o motorista do carro assassino deu de cara com um obelisco. Sete pessoas não tiveram a mesma sorte.
Isso é um perigo, viver é cada dia mais perigoso, imagine se a moda pega, se, por exemplo, todo corno resolver se vingar da mulher esvaziando uma pistola em praça pública. Pelo amor de Deus, vamos parar com isso, não é muito melhor fechar um cabaré, encher a cara de cachaça ou compor um samba? Como diria aquele filósofo, cada um no seu quadrado que a vida é curta e dela não escaparemos vivos.
Façam como o Fernando Lugo, aproveitem a vida, sejam versáteis. Ele, por exemplo, se não der certo como presidente do Paraguai pode começar uma brilhante carreira como ator de filmes para adultos. Pois é, é preciso se reinventar a cada dia. O Lula, depois de deixar a presidência pode ser apresentador de um desses programas exibidos de segunda a sexta à tarde. O Lula podia ser assim uma Ana Maria Braga vespertina e o Ciro Gomes um novo Datena. O Ronaldo fenômeno, que consegue grudar a bola no próprio pé, pode, ao encerrar a carreira, estrelar a continuação das Tartarugas Ninja. Difícil vai ser pra mulher melancia arranjar outra coisa para fazer, mas ninguém é obrigado a ter múltiplos talentos.
Porém, além dos holandeses suicidas e da futura sobrevivência da mulher melancia, o quê mais tem me preocupado é a fuga das abelhas. Isso é sério, não é nome de filme de animação para crianças, pois, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, as abelhas operárias estão fugindo e deixando para trás as abelhinhas famintas e a rainha mortas de fome, pois é, eu a principio pensei que fosse uma revolução socialista, porém alguns cientistas que gostam muito mais de mel do que eu, ainda não souberam explicar o que está acontecendo com as abelhas, que ao fugirem estão morrendo também, pois só quem reproduz é a rainha e assim as plantas não estão sendo polinizadas, e sem isso não frutificam e sem frutificar não produzem sementes e sem sementes não existirão novas plantas e ai a merda está feita.
E agora que eu vi no noticiário que a Fiat, está negociando a compra de ações da Opel alemã e da Crysler americana, eu só posso acreditar que realmente estamos no fim das eras, ou então que eu fui abduzido para um universo paralelo ou alguma coisa parecida, por que no mundo em que nós estamos eu não duvidaria nem um pouco que uma rede de televisão fizesse um reality show com os seguintes participantes: Gilmar Mendes, a mulher-moranguinho, Joaquim Barbosa, a mulher-maçã, Felipão, Daniel Dantas, a mulher-jaca, José Dirceu, Protógenes Guimarães, a mulher-melancia, Paulo Maluf, Kleber Bam-bam, Tiazinha, Paulo Coelho, Augusto Cury, a sobrinha da Grechet, Roberto Jéferson, a sobrinha da Rita Cadillac, Raul Gil, Ronaldo fenômeno, Galvão Bueno, Paulo César Pereio, Ana Maria Braga, Neto, Vanderley Luxemburgo e Hugo Chaves. Tudo bem, seria muita gente, mas eu aposto que todos aceitariam o convite e o programa bateria todos os recordes de audiência.
Eu adoraria assistir uma conversa sobre a criminalização dos movimentos sociais entre o Gilmar Mendes e a mulher-moraguinho, uma briga do Neto com o Paulo César Pereio e uma disputa de espertezas entre o meu ídolo Paulo Maluf e o Roberto Jéferson.
E só mais uma coisinha para vocês que acham que eu estou fazendo uso de alguma substância alucinógena, Sílvio Santos vêm aí, olé, olé ô lá, Sílvio Santos vem aí.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Anúncios/classificados/patrocínio/apoios

- Movimento “eu quero um emprego no senado”;
- Banda Sorriso de corno, a chifrada do forró;
- Mercadinho Boi Manso;
- Rede de motéis: Cê que sabe;
- Fã Clube do Fernando Lugo;
- Desentupidora: Merda Feliz.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Opiniões, máximas e sentenças diversas do grande filósofo, prestidigitador, charadista e patafísico Biu Puta Preta:

- A vida é uma batalha da qual não sairemos vivos;
- No fundo no fundo todo mundo é redondo;
- Contra rio cheio, rola dura e governo, ninguém agüenta;
- Pra falar é preciso fôlego, agora pra cagar é preciso sustança;
- O homem deve manter o nome e a cueca limpa;
- Meu filho, nunca se deve recusar esmola a um cego e papel higiênico a um cagão, por mais forçudo que ele seja;
- Três coisas que não existem: ex-corno, ex-puta e foder correndo;
- É muito fácil ser viado com o cu dos outros;
- Corno é como consórcio: quando você menos espera, acaba sendo contemplado;
- Não ligues com aqueles que te irritam, chateiam ou perturbam, pois mais cedo ou mais tarde ele encontrará uma pomba que caiba no cu dele.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Quatro cavalheiros e uma dama da mais infinita tristeza

É melhor ser alegre que ser triste, alegria é a melhor coisa que existe, já disse um grande poeta da música popular brasileira, mas, como ele também disse, para fazer um samba é preciso um bocado de tristeza, e é verdade, se não fosse a tristeza a música seria uma pálida lembrança do que é hoje, pois já que não é possível ser alegre sempre, artista de verdade é quem faz da tristeza arte e beleza.
Isso serve para qualquer tipo de música, das grandes sinfonias ao brega mais rasgado, talvez só não sirva para o reggae, mas para o samba é fundamental. No Brasil nós temos alguns mestres que transformaram a infinita tristeza das suas dores em consolo para a humanidade. O primeiro deles é o hoje festejado em alguns círculos, Nelson Cavaquinho. Para incluí-lo na lista basta os primeiros versos de uma de suas canções:

Tire seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com a minha dor
Hoje pra você eu sou espinho
Espinho não machuca a flor...

Ou ainda o início de Luz Negra:

Sempre só
Eu vivo procurando alguém
Que sofra como eu também
E não consigo achar ninguém
Sempre só
E a vida vai seguindo assim
Não tenho quem tem dó de mim

Estou chegando ao fim.

O segundo e isso não quer dizer que seja menos importante, pois nesta lista todos, como diziam os velhos apresentadores de programas de televisão, são estrelas de primeira grandeza, é o sempre popular enquanto existir gente no mundo, o maior de todos os gaúchos, Lupicínio Rodrigues, que compôs Felicidade, canção que sozinha faria dele um compositor inesquecível, para quem não lembra, aí vai um trecho:

Felicidade foi-se embora
e a saudade no meu peito
inda mora e é por isso que eu gosto
lá de fora por que sei que a falsidade
não vigora
A minha casa fica lá detrás do mundo
Onde eu vou em um segundo
Quando começo a cantar
E o pensamento parece uma coisa a toa
Mas como é que a gente voa
Quando começa a pensar

E adivinhem agora de quem é a musica?

Ainda é cedo amor
Mal começastes a conhecer a vida
Já anuncias a hora da partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar

..................................................................

Ouça-me bem, amor, preste atenção
O mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões a pó
Preste atenção, querida
Em cada amor, tu herdarás só o cinismo
Quando notares, estás a beira do abismo
Abismo que cavastes com teus pés

Pois é, o velho Cartola, tantas vezes desprezado em vida, é outro dos alquimistas da tristeza, assim como o pouco comentado Zé Ketti, que profeticamente compôs:

Se alguém perguntar por mim
Diz que fui por ai
Levando um violão debaixo do braço
Em qualquer esquina, eu paro
Em qualquer botequim, eu entro
Se houver motivo é mais um samba que eu faço
Se quiserem saber se volto diga que sim
Mas só depois que a saudade se afastar de mim

E para completar a seleção, Dolores Duran, e para apontar o óbvio ululante da sua presença aqui bastam os versos de músicas como:

A gente briga
Diz tanta coisa que não quer dizer
Briga pensando que não vai sofrer
Que não faz mal se tudo terminar

Um belo dia
A gente entende que ficou sozinho
Vem a vontade de chorar baixinho
Vem o desejo triste de voltar

E do seu maior sucesso:

Hoje, eu quero a rosa mais linda que houver
E a primeira estrela que vier
Para enfeitar a noite do meu bem

Hoje eu quero paz de criança dormindo
E o abandono de flores se abrindo
Para enfeitar a noite do meu bem

Quero, a alegria de um barco voltando
Quero a ternura de mãos se encontrando
Para enfeitar a noite do meu bem

Escrevo esse pequeno texto enquanto a tristeza involuntária que eu sinto escoa com a voz arrastada de cachaça de Nelson Cavaquinho, voz registrada no único disco que ele gravou em vida, antes de se chamar saudade, e me sinto em paz, por que há uma forma de bem estar que apenas a música proporciona e digo isso mesmo tendo centenas de livros e apenas dezenas de discos, que, no entanto, já salvaram minha tarde e minha vida por muito mais vezes que eu possa lembrar, portanto se quer um conselho, levante e escute um bom disco e quando ele acabar quem sabe você não volte a acreditar até mesmo que existe Deus.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Bisaco de cego

Morreu o estilista, apresentador de televisão, deputado federal, pederasta conservador e, sobretudo, polemista, Clodovil Hernandes. Dele se pode dizer tudo, por exemplo, que era arrogante e prepotente, mas ninguém pode negar, que em um mar saturado de mediocridades ululantes, ele ousava pensar com sua própria cabeça;

Entre os mais enlutados com a morte do Clodovil estão aqueles que ganham a vida fazendo graça com a vida alheia;

Você viram o programa político do PC do B? Eu acho que não e, portanto, ainda não sabem que o novo garoto propaganda do partido é o vereador ou deputado Netinho de Paula, ele mesmo, aquele que canta miando, o Netinho do Negritude Júnior. É, já não se fazem mais comunistas como antigamente;

Depois da caixinha do Ademar e da botija do Abadia, a pergunta que não quer calar é: por onde anda a “herança” do Jânio Quadros. Parece que é mais escondida e resguardada que as minas do rei Salomão;

A derrota da Argentina para a Bolívia por 6 a 1, teve mais destaque na imprensa brasileira que a morte do ex-presidente argentino Raul Afonsin;

Lula, como diria Barack Obama, é o cara, talvez um cara de pau, mas sem dúvida nenhuma é o cara;

Morreu Márcio Moreira Alves, se você não sabe quem é, precisa urgentemente comprar um livro de história;

Vocês sabiam, segundo o senador Mão Santa, as filhas de juízes herdam a aposentaria do pai, até a morte, desde que não se casem. É como sempre diz o grande patafísico Biu puta preta, no Brasil juiz só serve para tirar rico da cadeia e palitar os dentes;

O jogo mais esperado dos últimos tempos, Palmeiras e Sport, pela Copa Libertadores da América, foi morno morno, por que os Leões da Ilha, mas pareciam gatinhos de madame. Que vergonha;

Adriano, o Imperador declarou que vai, ao menos temporariamente, deixar de jogar futebol, que seja então feliz e obrigado pelos gols no final da Copa América contra a Argentina;

Inspirado no ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, Evo Morales, presidente da Bolívia fez uma greve de fome. Dizem as mais línguas que ficou três quilos mais cheinho e quem sabe mais um mandato no poder;

O Maranhão, terra de João Francisco Lisboa, Gonçalves Dias, Aluízio de Azevedo, Coelho Netto, Josué Montello, Ferreira Gullar, Nauro Machado e do refrigerante Jesus devia mudar de nome, para Sarneylândia;

E tenham sempre em mente o aforismo do grande prestidigitador Biu Puta Preta: “A vida é uma batalha da qual só sairemos mortos”.
PS. Passe banha.